segunda-feira, novembro 28, 2005
A cruz e a escola
Em Portugal temos um Estado aconfessional, como é normal e desejável num país democrático.
Esse Estado encarrega-se de assegurar uma rede de escolas públicas que garantam o acesso de todos à educação. Logicamente, essas escolas não são católicas, nem muçulmanas, nem animistas. São escolas. Para todos os que, legitimamente, professam todas e qualquer religião, ou nenhuma, conforme o entendam.
Neste contexto, é normal que as escolas públicas não ostentem simbologia religiosa.
Sendo escolas públicas de um país democrático onde se consagra a liberdade religiosa, é normal que os seus alunos, professores e funcionários possam usar, a título individual, os símbolos que bem entendam, sejam eles crucifixos, estrelas de David ou véus islâmicos.
Neste contexto escolar é normal que as religiões sejam encaradas como parte da vida dos indivíduos e das sociedades e, portanto, merecedoras de atenção, quer como disciplinas facultativas, quer como tema de diversas actividades extracurriculares, com vista a uma formação equilibrada e integral.
É neste quadro de normalidade que me custa compreender toda esta polémica à volta dos crucifixos nas escolas.
1. É normal que nas escolas que se vão construindo não haja crucifixos.
2. É normal que em muitas escolas mais antigas eles lá estejam. Se não incomodam ninguém, deixem-se estar. Se incomodam, tirem-se.
3. Neste episódio sobressai a atitude radical e intolerante dos membros de uma associação. Parece que não têm causas mais importantes em que se empenhar. É pena. Para eles.
4. Reagir com o mesmo grau de intolerância e radicalismo é um erro. A Igreja tem muitas causas em que se empenhar. E algumas podem passar pelo âmbito da Educação.
5. A obrigação do Ministério da Educação é promover uma saudável normalidade nas escolas. Não me parece necessário um decreto ministerial para questões deste tipo. O princípio de subsidariedade devia bastar para a aplicação do bom senso.
6. Se o problema se põe, ficaria muito bem à Igreja ser ela, de forma oficial, a propôr a retirada dos crucifixos. Sem dramas. Com normalidade.
Esse Estado encarrega-se de assegurar uma rede de escolas públicas que garantam o acesso de todos à educação. Logicamente, essas escolas não são católicas, nem muçulmanas, nem animistas. São escolas. Para todos os que, legitimamente, professam todas e qualquer religião, ou nenhuma, conforme o entendam.
Neste contexto, é normal que as escolas públicas não ostentem simbologia religiosa.
Sendo escolas públicas de um país democrático onde se consagra a liberdade religiosa, é normal que os seus alunos, professores e funcionários possam usar, a título individual, os símbolos que bem entendam, sejam eles crucifixos, estrelas de David ou véus islâmicos.
Neste contexto escolar é normal que as religiões sejam encaradas como parte da vida dos indivíduos e das sociedades e, portanto, merecedoras de atenção, quer como disciplinas facultativas, quer como tema de diversas actividades extracurriculares, com vista a uma formação equilibrada e integral.
É neste quadro de normalidade que me custa compreender toda esta polémica à volta dos crucifixos nas escolas.
1. É normal que nas escolas que se vão construindo não haja crucifixos.
2. É normal que em muitas escolas mais antigas eles lá estejam. Se não incomodam ninguém, deixem-se estar. Se incomodam, tirem-se.
3. Neste episódio sobressai a atitude radical e intolerante dos membros de uma associação. Parece que não têm causas mais importantes em que se empenhar. É pena. Para eles.
4. Reagir com o mesmo grau de intolerância e radicalismo é um erro. A Igreja tem muitas causas em que se empenhar. E algumas podem passar pelo âmbito da Educação.
5. A obrigação do Ministério da Educação é promover uma saudável normalidade nas escolas. Não me parece necessário um decreto ministerial para questões deste tipo. O princípio de subsidariedade devia bastar para a aplicação do bom senso.
6. Se o problema se põe, ficaria muito bem à Igreja ser ela, de forma oficial, a propôr a retirada dos crucifixos. Sem dramas. Com normalidade.
Comments:
Manuel,
Estou de acordo com o que escreves.
Contudo vou aproveitar esta ocasião para discutir outro assunto: a laicidade e o laicismo.
Espero fazê-lo até esta quarta feira no optimista. hajaoqhouver.blogspot.com
Para já, fiz apenas uma introdução à conversa.
Obrigado pelas passagens pelo Optimista.
boa noite
Estou de acordo com o que escreves.
Contudo vou aproveitar esta ocasião para discutir outro assunto: a laicidade e o laicismo.
Espero fazê-lo até esta quarta feira no optimista. hajaoqhouver.blogspot.com
Para já, fiz apenas uma introdução à conversa.
Obrigado pelas passagens pelo Optimista.
boa noite
Creio que os poucos crucifixos que ainda restam nas escolas nem dão nas vista nem incomodam as crianças. Nesse aspecto estaremos de acordo.
O que me parece estar em causa na polémica é ser um pequeno grupo a ditar leis que não foram sufragadas e podem ter consequências futuras.
Há uns anos a Câmara de Almada construiu um cemitério novo onde todas as sepulturas eram rasas e cobertas de relva. O prado do repouso, chamaram-lhe.
Mas o povo não foi nisso. Começou a cruzes e outros sinais religiosos que a Câmara mandou retirar.
O povo opôs-se terminantemente e hoje quem quer pôe os seus sinais religiosos. E recordo que grande parte do povo de Almada vota esquerda.
Porque é que não há-de estar ao lado do símbolo cristão o muçulmano ou outro se a religião doas alunos o justificar?!
Tirar os símbolos cristãos ou outros por acinte é uma falta contra a democracia.
A não ser que se faça um referendo. Aí ganha a maioria!
Ditaduras de minorias é que não!
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O que me parece estar em causa na polémica é ser um pequeno grupo a ditar leis que não foram sufragadas e podem ter consequências futuras.
Há uns anos a Câmara de Almada construiu um cemitério novo onde todas as sepulturas eram rasas e cobertas de relva. O prado do repouso, chamaram-lhe.
Mas o povo não foi nisso. Começou a cruzes e outros sinais religiosos que a Câmara mandou retirar.
O povo opôs-se terminantemente e hoje quem quer pôe os seus sinais religiosos. E recordo que grande parte do povo de Almada vota esquerda.
Porque é que não há-de estar ao lado do símbolo cristão o muçulmano ou outro se a religião doas alunos o justificar?!
Tirar os símbolos cristãos ou outros por acinte é uma falta contra a democracia.
A não ser que se faça um referendo. Aí ganha a maioria!
Ditaduras de minorias é que não!