terça-feira, novembro 15, 2005
Sobre o Espírito
Falar sobre o Espírito Santo deixa-nos, quase sempre, com a sensaçäo de que podemos dizer muito pouco... Mas é possível:
"É impossível definir o Espírito. Isso seria impor-lhe limites e reduzir à nossa dimensão humana o infinito que habita em nós. Tal era já a grande intuição do Primeiro Testamento: não façamos imagens de Deus à medida humana. Deus não se encontra no trovão, nem na tempestade, mas no "murmúrio de uma leve brisa" (1 Reis, 19, 12).
Percepção latente e que, em certos momentos, se torna mais explícita, de uma presença em nós que, sem ser estranha àquilo que somos, é simultaneamente sinal interior do transcendente, do infinito. Tornados atentos a essa presença, que eleva a nossa existência, no entanto não atribuímos ao Espírito as nossas percepções, sempre relativas e tacteantes. Isso equivaleria a servirmo-nos de Deus para avalizar as nossas aproximações humanas e dar-lhes, indevidamente, um carácter de absoluto, ao passo que devemos prosseguir na busca, na transformação.
Presença discreta que, ao contrário de nos constranger, abre a nossa liberdade. Descobre-se no mais íntimo de cada um, de uma maneira única, num percurso de vida próprio de cada um. Entrevemo-la nos outros, em momentos privilegiados, quando o nosso olhar e a nossa atenção ganham outra profundidade, outro respeito por aquilo que eles são e tentam ser, muitas vezes sem sequer o saberem, sem o nomear explicitamente."
Percepção latente e que, em certos momentos, se torna mais explícita, de uma presença em nós que, sem ser estranha àquilo que somos, é simultaneamente sinal interior do transcendente, do infinito. Tornados atentos a essa presença, que eleva a nossa existência, no entanto não atribuímos ao Espírito as nossas percepções, sempre relativas e tacteantes. Isso equivaleria a servirmo-nos de Deus para avalizar as nossas aproximações humanas e dar-lhes, indevidamente, um carácter de absoluto, ao passo que devemos prosseguir na busca, na transformação.
Presença discreta que, ao contrário de nos constranger, abre a nossa liberdade. Descobre-se no mais íntimo de cada um, de uma maneira única, num percurso de vida próprio de cada um. Entrevemo-la nos outros, em momentos privilegiados, quando o nosso olhar e a nossa atenção ganham outra profundidade, outro respeito por aquilo que eles são e tentam ser, muitas vezes sem sequer o saberem, sem o nomear explicitamente."
Jacques Gaillot
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