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segunda-feira, janeiro 30, 2006

Amor... 

Amor, amor, amor... muito se fala de amor, nesta nossa santa Igreja. É, de longe, a entidade com o mais longo, profundo, meditado e belo discurso sobre o amor.
Porque nisto, do pensar, conceber e escrever discursos, näo há como os escribas católicos de serviço.
Conheço quem se tenha convertido ao catolicismo, vindo de outras confissöes, seduzido pelo "corpo doutrinal", pela "espiritualidade impressa". Depois... Bem, depois constatou o óbvio: entre o que se escreve e se proclama e a realidade eclesiástica e eclesial há um abismo de desencanto.
O amor näo é um estado, mas uma acçäo. E uma acçäo concreta, de cuidado. Amar é cuidar. Näo é reflectir sobre a moralidade do "amado", numa tentativa de levá-lo, através de um amor manipulativo, ao que se concebe como o seu "dever ser". Isso pode ser cinismo, sacanice ou até simples ingenuidade; mas näo se lhe chame amor!
Durante os últimos vinte anos da minha vida, quase apanhei uma overdose de discurso amoroso dentro da Igreja. Mas tenho visto täo pouco amor! E, curiosamente, as maiores manifestaçöes de amor que tenho presenciado na Igreja, têm saído de quem pouco discursa; de quem pouco se preocupa em "fundamentar" esse amor; de quem age (porque é de acçöes que estamos a falar) porque näo pode, existencialmente, fazer outra coisa; porque o amor lhes brota como um imperativo de uma consciência onde, em vez de discursos, há simples humanidade. E onde há humanidade, aí aparecerá Deus, mais cedo ou mais tarde...
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Nota: Embora possa parecer, estas minhas palavras näo têm nada a ver com a recente Encíclica Deus Caritas Est de que, por sinal, até gostei.

Comments:
Para melhor me apresentar, direi que sou católico (praticante) tenho um blogo que poderá visitar, e também faço poesia e um dos poemas mais bonitos que fiz, foi este (por ser para Jesus):


Foi por amor



Na tristeza Me encontraste,

pelo Teu sorriso me reergui,

pela Tua mão andei em frente,

o Teu calôr me sossegou,

senti a força do Teu carinho!

Na estabilidade do Teu colo,

me habituei a adormecer,

a Tua voz escutei interiormente,

e me embalava para o sono,

o sono da paz e do amor!

E acordava refeito,

feliz e sorridente.

A noite de contemplação,

me enchia de coragem,

um novo espírito me dominava,

sem mêdos, com coragem,

amor e tranquilidade!

Agora feliz,

olho em frente, fixamente,

e vejo-Te naquela cruz,

e a certeza mais se certifica:

tudo o que fizeste por nós,

foi por amor!!



Ricky, Natal de 2004


Gostei do que li, e vou ficar mais tempo para me inteirar mais ainda.
Um abraço, Ricky
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Nem mais. Muitas vezes o amor é só um discurso...
 
Obrigado, Henrique, pelo comentário e pelo poema. Bem vindo ao Adro. Volta sempre.
 
Talvez por isso caia tão bem a nova encíclica. Apela ao Amor e à caridade, na prática. Saibamos nós colocá-la em acção.
 
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