sexta-feira, fevereiro 03, 2006
Desvarios
A Europa encolhe-se, resignada à culpa e à má consciência, perante a fúria islâmica, despoletada por meia dúzia de cartoons publicados por um jornal da Dinamarca e difundidos depois em vários países.
Embaixadas fechadas, diplomatas expulsos, bandeiras queimadas na rua.
A comissäo Europeia fechou a sua delegaçäo em Gaza, debaixo de ameaças palestinas.
As Conferências Episcopais dos países nórdicos e de França escrevem comunicados de censura aos jornalistas e de solidariedade com os muçulmanos.
Acho tudo isto muito exagerado.
Estes muçulmanos, que arrancam a barba contra os blasfemos cartoons, säo os mesmos que lançaram uma fatwa (condenaçäo à morte) sobre escritores como Taslima Nasrin e Salman Rushdie ou que assassinaram o cineasta Theo Van Gogh por mostrar num filme a submissäo da mulher no mundo islâmico. E säo os mesmos que metem dinamite à cintura e fazem explodir homens, mulheres e crianças por esse mundo fora. Näo percamos isto de vista.
Quer isto dizer que concordo com os cartoons e outros insultos sistemáticos contra a populaçäo e a cultura islâmicas? Claro que näo. Porque é de um mau gosto atroz este "pós-moderno-neo-voltaireanismo-pindérico", feito de anti-clericalismo primário, de insulto rasteiro, de ridicularizaçäo fácil.
Mas atençäo!
Há uma diferença fundamental: uma coisa é ser tonto e malcriado; outra, muito diferente, é ser assassino.
Comments:
Eu vi os cartoons. O mais conhecido é de algum mau gosto, mas outros havia sem nada de especial, ou relevante.
Também entendo o porquê de os terem feito. Foi para mostrar que se sobre uns temas, não há limites, noutros não se pode tocar. Desse ponto de vista, e para nos fazer reflectir, foi útil.
Mas pelo menos os cartoons ofensivos (Maomé a fazer de terrorista, por exemplo) deveriam ter sido evitados.
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Também entendo o porquê de os terem feito. Foi para mostrar que se sobre uns temas, não há limites, noutros não se pode tocar. Desse ponto de vista, e para nos fazer reflectir, foi útil.
Mas pelo menos os cartoons ofensivos (Maomé a fazer de terrorista, por exemplo) deveriam ter sido evitados.