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segunda-feira, março 06, 2006

Catequeses Quaresmais 

Nem tudo o que é legal é moral. Esta é uma tendência facilitante, a de considerar que o que é legal é moral. E pode haver leis civis, que se os cristãos as aplicarem a si mesmos, pecam, ofendendo gravemente a Deus. Em certas circunstâncias devem mesmo recusar-se, através do estatuto de ‘objectores de consciência’, a participar na sua aplicação". Catequese integral, aqui.

Comments:
Caro Manel.

Eu ando um pouco em abstinência bloguística – não no sentido de renunciar ao prazer e desprazer que tal actividade me dá, mas por me estar, digamos assim, a focar noutros aspectos da minha vida, mormente os indizíveis.

Mas devo dizer que a batota deste discurso é invalidar a inversa – de que nem tudo o que é moral deve ser jurídico, sobretudo na multiculturalidade – através do truque de prestidigitação da versa…

E quem entender… E posso estar sempre e sempre e sempre enganado… Até porque esta questão… Irra que é árdua… ;)

Grande abraço.
 
E nem tudo o que é moral é espiritual, digo eu...
 
Amigo Vitor,
Concordo inteiramente contigo. Eu limitei-me a remeter para o texto de D. José Policarpo, porque me parece pertinente. Mas faço sempre esse mesmo reparo a este raciocínio. Que vem sempre à baila, mas só quando dá jeito...
 
Se se entender a espiritualidade no sentido religioso do termo, entäo a moral näo tem de ser espiritual. Mas a espiritualidade requer uma moral...
 
Pronto, já comentaram o que ia dizer. :)
 
/me,
Chegas sempre atrasado, pá!!!
 
Concordo inteiramente com o Manuel e o Vítor.
Mas penso que não compete a um pastor velar para que nem tudo o que é moral seja metido nas leis civis. Nem sequer dizer isso publicamente...
Abraço para os dois.
 
Só posso estar de acordo com o Cardeal Patriarca. Realmente, "nem tudo o que é legal é moral". Basta pegar no Código de Direito Canónico para comprovar a veracidade de tal afirmação. Onde está a moralidade de uma lei que exclui as mulheres da ordenação sacerdotal? Onde está a moralidade de uma lei que impõe a vida celebatária a quem é chamado aos ministérios ordenados? Onde está a moralidade que condena casais a uma vida de infelicidade em nome da indissolubilidade matrimonial?
São leis que levam os cristãos a ofenderem gravemente a Deus. Em certas circunstâncias devemos mesmo recusar-nos a participar na sua aplicação.
O apelo fica feito. Que ninguém na Igreja se negue a escutá-lo.
 
A catequese lá volta à Lei Natural. Fico sempre espantado com as leis naturais tiradas da Bíblia: se são assim tão naturais, deveriam ser naturais para a maioria dos homens. Se só são compreensíveis para alguns, talvez não sejam assim tão naturais.
 
Caro CA,
É natural que nem todos tenhamos uma natureza naturalmente compreensiva dos naturais rebuscamentos que é preciso fazer para que a Lei Natural seja naturalmente a base natural da nossa natureza... Mas que ninguém duvide que a Natureza é a origem natural de toda a lei natural e, naturalmente, um fundamento da moral, ainda que, naturalmente, às vezes seja preciso dar um natural jeitinho para que a natureza das coisas seja como nós, naturalmente, acreditamos que deve ser. E, entendida assim a Lei Natural, naturalmente muito ajeitada a nosso gosto, será sempre a melhor maneira de fundamentar aquilo que acreditamos estar certo. Quem contestará o que é natural??? Ninguém, naturalmente!
 
Um dos grandes desafios é descobrir e assumir a autonomia da ética ou moral, frente a todo o credo ou filosofia, ideologia ou religião.
Concretamente, está na hora de ultrapassar essa tendência de considerar a religião como fundamento e garante da moralidade, e que normalmente descanba numa versão moralista e moralizante da religião, alimentando uma imagem negativa de Deus que não cessa de causar dano ao ser humano e ao próprio Deus.
 
Caro CA.

Pois é.

A antropologia fundamental cristã a quere fazer-se passar por natural e universal... Como quem não quer a coisa... Batota... (Que raio, eles andam muito batoteiros, estes bispos... Que raio2, será que a batota é apostólica?... ;)

Enfim...

Abraço.
 
Caro Manuel

Fizeste-me lembrar uma série da BBC que tem passado na RTP Memória, pelo que só me resta dizer:

Sim, Sr. Ministro!
 
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