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sexta-feira, março 17, 2006

Igreja da Encarnaçäo 

A relação entre a Igreja e o mundo não se pode conceber senão à luz da realidade da Encarnação. O cristianismo é a religião da Encarnação, o que implica a presença na história, na sua totalidade. Em virtude deste princípio fundamental, a atitude da Igreja há-de ser a da "encarnação" em todas as épocas da história ainda que, em virtude da sua própria natureza escatológica, não se identifique nem pertença, de forma exclusiva, a nenhum tempo, espaço ou circunstância.
Desta forma, "as alegrias e esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração", como nos dizia a Gaudium et Spes. E esta é a melhor definição de compromisso cristäo que encontrei até hoje num documento da Igreja.
Isto significa que devemos fazer dos problemas do mundo dos homens os nossos verdadeiros problemas eclesiais. E digo eclesiais e não eclesiásticos. Temos de ter claro para nós que os problemas eclesiásticos são de segunda ordem dentro do eclesial. Infelizmente, perdemos demasiado tempo com a dimensão eclesiástica da Igreja. A principal reforma que a Igreja tem de fazer é a sua conversão ao Reino de Deus, o colocar-se, de facto, ao serviço da Causa de Jesus, em nome de uma nova humanidade marcada pelas relações correctas de justiça, de amor, de paz e de libertação. Ou somos voz e âmbito de liberdade e de libertação ou não somos nada.


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