<$BlogRSDUrl$>

sexta-feira, maio 05, 2006

Bom fim de semana 

Aquelas nuvens que vemos,
Esses poemas aéreos,
São os sonhos que nós temos,
Nossos intímos mistérios!
São espelhos flutuantes
Das nossas dores constantes
Aquelas nuvens que vemos...
Nossa alma vai-se com elas,
À procura, quem o sabe?
Doutras esferas mais belas,
Já que no mundo não cabe...
Voando, sem dar um grito,
Através desse infinito,
Nossa alma vai-se com elas!
Texto: Antero de Quental
Foto: Helen Dixon

Comments:
Alô, Manel!

Momento de prosa:

"Eu sou o senhor que procura compreender o Infinito. O senhor que desejava que lhe explicassem o Infinito. O senhor que se coloca frente a frente com o Infinito. Que agarra o Infinito pela cintura. Sem armas. Imaginiar o inimaginável. Esgotar o inesgotável. Conceber o inconcebível. Ah... saber rezar. E nada mais. Quedar-se sossegado. Estarei a ficar louco?"

(Eugène Ionesco)

Bom fim de semana!
 
Não gosto, por igual, do céu uniformemente azul do Alentejo em que vivo e do céu uniformemente cinzento de Paris em que vivi.

Gosto do céu com nuvens, a correrem puxadas pelo vento, desenhando a cada hora padrões diferentes.

E na minha aldeia, quando chove, vê-se a chuva a aproximar-se a pouco e pouco, vinda da Serra ou de Roças, raramente de Pinela. Nunca vi na cidade ou no Alentejo.

As nuvens fazem sempre pensar no mar e no seu som. O som do mar embala-nos, como uma mãe embala um filho. Somos todos filhos da Terra.

Como tudo que existe na Terra, somos constituídos por átomos, cujos núcleos foram todos formados em estrelas há muitos milhões de anos. Somos todos pó de estrelas.

Zé Ribeiro.
 
A desmesura é uma tensão da medida humana, e por tal é que o Ziggy toca guitarra...
 
A talhe de foice...

Lembrei-me de uma história simples que nunca saiu do meu imaginário...

Um dia, teria eu os meus 10 anos, num dia cinzento, fui apanhar o autocarro da duas e um quarto, lá na aldeia.

A "Ti" Inácia, que Deus tenha, ia até Arraiolos, nessa tarde. Entrou no autocarro (daqueles que a Rodoviária já meteu no estaleiro há algum tempo, ou que servem para ir às aldeias), olhou para aponta da aldeia e disse: "vai chover! Vês ali os "fios" de água ao fundo?"

Lembro-me de ter olhado para o fundo e não ter conseguido distinguir os "fios" de água. E ainda hoje, quando vejo nuvens cinzentas lá longe, semicerro os olhos, na esperança de conseguir distinguir esses fios, ao longe.
 
Pedro

fizeste-me lembrar a impotência que eu senti durante vários anos de não ser capaz de ler os sinais da natureza, como os mais velhos faziam e que eu achava veradeira sabedoria. Mas nas cidades não há nada para ler. Já me curei.
 
Bellísima la fotografía. Infunde serenidad, anima acontemplar, abre las ventanas del alma para que entre el Creador. La naturaleza es Maestra y guia. a los de alma limpia, a descubrir a Dios.
Queda pendiente uan larga conversación. Bueno sería intentarlo.
Un fortísimo abrazo.
 
Pedro:

É precisamente isso, esses "fios de água" que se vêem vir ao longe. Na minha aldeia, vêem-se quase sempre que chove. Mas no Alentejo nunca vi ... E olho ... mas nunca vi. Tu, pelo que dizes, também não.

Das duas uma, Pedro: Ou nos falta a fé, ou somos pitosgas. ( Mas terei fé na minha aldeia? )

Um grande abraço e bom fim de semana,
ZR.
 
Caminante:

Não são só os de alma limpa. Como adivinhas, a minha alma está sujíssima - e a Natureza ajuda-me mesmo a pensar ... nas coisas que tu sabes.

E não é só a contemplação ... digamos plástica. Eu estudei umas coisitas de Física e a contemplação ... digamos da "arquitectura interna" dela também dá muito que pensar.

Um fortíssimo abraço ( casto, casto, não te assustes ) ... de homem para homem, por cima das discrepâncias, divergências e antagonismos.

Zé Ribeiro.
 
Caro amigo, hace tiempo que intento -no siempre lo consigo- no juzgar a nadie, no etiquetar a las personas. No tengo ningún derecho.
La vida me ha enseñado a no asustarme de nada -un amigo mío decía que todos somos capaces de los mayores errores y de los mayores horrores-, sí a acoger y a comprender, a querer con corazón humano. Sé que no siempre es fácil ni siempre lo consigo.
Hay, amigo mío, una inocencia interior, compatible con el pecado, que nos permite captar la belleza. La inocencia se pierde cuando el alma se cierra voluntariamente a la Luz. No es tu caso, lo sé.
Estoy cierto que nos entenderíamos muy bien en una conversación de tú a tú.
Un fortísimo abrazo.
 
As coisas que as nuvens fazem dizer... :)
Obrigado a todos!
 
Um fortíssimo abraço, caminante ... :D
ZR.
 
Incluindo um doutoramento em Teologia? On line? Em 2 semanas? Uaaaau! Estou interessado!

( Apaga, SFF, qd apagares o SPAM; filhos da mãe! Como é que um tipo se há de ver livre destas melgas? )

ZR.
 
Enviar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?