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segunda-feira, junho 05, 2006

Bom dia 

Encantei-me com as nuvens, como se fossem calmas
locuções de um pensamento aberto. No vazio de tudo
eram frontes do universo deslumbrantes.
Em silêncio via-as deslizar num gozo obscuro
e luminoso, tão suave na visão que se dilata.
(...)
Unificado olho as nuvens no seu suave dinamismo.
Sou mais que um corpo, sou um corpo que se eleva
ao espaço inteiro, à luz ilimitada.
No gozo de ver num sono transparente
navego em centro aberto, o olhar e o sonho.

António Ramos Rosa

Comments:
Olá, Manel.

Reiteração consciente, decidida e reflectida:

“Ó graça abundante,
Permitias-me contemplar o eterno esplendor
Nos meus olhares absorvidos,
E eu vi em toda a sua profundeza
Que um amor recíproco reunira num só volume
O que expandido estava no mundo
Em inúmeros folhetos:
As substâncias, os acidentes e os seus efeitos
Estavam aí como que confundidos de tal modo
Que os meus cantos pouco fazem
Senão conceber de tal uma muito fraca ideia.”
Dante Alighieri

O mafarrico do Dante deixou-nos, entre outras coisas, uma esplendorosa lírica da comédia da vida humana - interior e exterior, espiritual e historico-política, pessoal e colectiva, and so on.

Eu diria, só para chatear, que não é o Dante que é dantesco, mas sim a existência ;)

Mas Florença é uma cidade esplendorosa, que gera filhos à sua altura, e que o mundo rasteiro e cobarde trata depois de denegrir para desentender (eh eh eh, esta teve estilo… :)

Abraço.

PS: Bem, de modo algum quis dizer que tu o denegriras, hem?... Foi só pour cause, e para que “os sonhos da manhã sejam mais verídicos que os da noite” (Dante).
 
Ah, bolas: Bom dia!

Eh eh eh... Deve ter sido o anseio duma manhã florentina que me fez esquecer o dia lisboeta em que estou e o sei lá aonde em que estás... :)
 
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