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quinta-feira, julho 13, 2006

Dúvidas fora de prazo... 

Afinal, o que é que de substancial saíu de Valencia?
Onde estão as aportações das famílias que durante uma semana estiveram reunidas em Congresso? Ou aquele espalhafato todo era só para ouvir uns discursos vindos de cima, sem pitada de novidade?
PS: Que sentido tem criticar Zapatero por ter sido coerente, ao não estar presente na celebração eucarística?

Comments:
"Ou aquele espalhafato todo era só para ouvir uns discursos vindos de cima, sem pitada de novidade?"

Obviamente. Como nas manifestações, as pessoas não vão lá para dizerem o que pensam mas para mostrarem o seu apoio a quem convoca a manifestação.
 
Quando eu nasci as palavras que devem salvar o mundo já tinham todas ditas. Faltava coloca-las em pratica.

António Maria
 
Diz o António Maria:

"Quando eu nasci as palavras que devem salvar o mundo já tinham todas ditas."

Dizia Jesus:

"Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender por agora. Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade completa." (Jo 16, 12-13)

Prefiro continuar atento ao Espírito em vez de só ouvir o que já foi dito.
 
Pois, gostei muito do que o/a CA lembrou ( se bem que na minha Bíblia as palavras não sejam exactamente essas ).

É espantoso como alguém pensa que, sobre a salvação do mundo, já foi tudo dito.

Que maneira mais ... congelada de pensar!

Quanto às perguntas: i) Pouco fica, trata-se de um espectáculo/manifestação. ii) Absolutamente incriticável; aliás o que critico é responsáveis políticos irem, enquanto tal, a cerimónias religiosas ( com algumas excepções, como funerais ).

ZR.
 
Zapatero foi vaiado em publico, nao por nao ter ido à missa, mas pela politica anti familia que a sua "primeira ministra" tem imposto a espanha. Estando ai a estudar o amigo deve ler os jornais e conhecer bem o meio.
O encontro - onde estive - e sai mais rico, serviu para muito. Para as "cupulas" ouvirem os testemunhos dos de baixo....
Os resultados do congresso serão publicados posteriormente como bem saberá.
Serviu acima de tudo, para aquele que nos confirma na fé, dar força e coragem a Espanha para nao baixar os braços face a esta politica em que as crianças tem progenitores A e B, e não pai e mae, etc.
Serviu para levar lá um milhão e meio de pessoas.
Serviu para vir com coragem para aqui lutar contra esta mentalidade laicizante e hedonista.
Esperava mais de um padre!!! Desculpe o desabafo.
Este seu post, serve para dizer mal por dizer.
Desculpo o pela silly season.
Luis
 
"Serviu acima de tudo, para aquele que nos confirma na fé, dar força e coragem a Espanha para nao baixar os braços face a esta politica em que as crianças tem progenitores A e B, e não pai e mae, etc."

A lei espanhola impede as famílias católicas de serem pai e mãe? O exemplo das famílias católicas é tão frouxo que teme a "concorrência"?

"Serviu para vir com coragem para aqui lutar contra esta mentalidade laicizante e hedonista."

O que é que as políticas de Zapatero têm a ver com o hedonismo? E a laicidade do estado é um valor da Europa. Já nos países islâmicos essa laicidade não existe. Queremos seguir esses "bons" exemplos?

"Esperava mais de um padre!!! Desculpe o desabafo. Este seu post, serve para dizer mal por dizer. "

Também eu esperava mais de quem tivesse vindo do encontro. Esperava esperança no futuro, confiança na felicidade da família quando esta é construída sobre a rocha que é Cristo. Mas a reacção do Luís mostra que a questão do Manuel vai direita ao essencial: estas manifestações podem juntar um milhão de pessoas mas não animam ninguém: parecem um bando de velhos resmunguentos sempre a implicar porque há outros que vivem a vida fora do cristianismo.
 
Pelo contrario caro CA....
O velho resmungão é o Manuel que reclama por tudo e por nada. Nós viemos muito animados e cheios de projectos para as nossas dioceses em relação à Pastoral familiar.
O meu amigo CA é ateu, é natural que defenda esse ponto de vista... não pode é impô-lo ao mundo.
Não é uma lei da "primeira ministra" de Zapatero que faz com que 2 homosexuais que vivem junto sejam uma familia.
O papa lembrou que uma familia nasce no matrimónio indissoluvel entre um homem e uma mulher.
E olhe que nem as gay prides em Valencia, surtiram qualquer efeito.
Rezingão? Parece voce, quando o papa atrai 1.5 milhão de pessoas num dia de calor. As organizações laicas e ateias atraem quantos??
Anedotico caro CA. Obrigado por me animar o dia .
Luis
 
Ó sr. Luis, o CA é ateu?
Grande novidade me dás!
Ai esta falta de atenção no que se lê e esta pressa em rotular os outros!
Já agora uma pergunta ao sr. Luis: por acaso leu o discurso de Zapatero aquando da aprovação da Lei nas Cortes Espanholas? Se não o leu, vá lê-lo.
 
"Nós viemos muito animados e cheios de projectos para as nossas dioceses em relação à Pastoral familiar."

Mas é o Luís que só fala de: "dar força e coragem a Espanha para nao baixar os braços face a esta politica" e de "vir com coragem para aqui lutar contra esta mentalidade laicizante e hedonista". Gostaria que falasse desses projectos em relação à Pastoral familiar.

"O meu amigo CA é ateu, é natural que defenda esse ponto de vista... não pode é impô-lo ao mundo."

Quanto ao ateísmo, em que se baseia para tal afirmação? Quanto a impor ao mundo, o que é que eu quero impor?

"Não é uma lei da "primeira ministra" de Zapatero que faz com que 2 homosexuais que vivem junto sejam uma familia.
O papa lembrou que uma familia nasce no matrimónio indissoluvel entre um homem e uma mulher."

Então para quê tanta preocupação com as leis de Zapatero?

"E olhe que nem as gay prides em Valencia, surtiram qualquer efeito.
Rezingão? Parece voce, quando o papa atrai 1.5 milhão de pessoas num dia de calor. As organizações laicas e ateias atraem quantos??"

Mesmo que se juntem 10 milhões de pessoas, se a única coisa que têm a dizer é que os outros não deviam poder ter certos direitos, continuam a ser 10 milhões de rezingões. E demonstram muito pouca confiança na capacidade de atracção do estilo de vida que propõem.

"Anedotico caro CA. Obrigado por me animar o dia ."

É sempre um prazer ser útil. :)
 
Um adro é sempre um adro, não há dúvidas. O Manel põe-se ao fresco e o pessoal faz as honras da casa.
As famílias não se fazem por decretos, venham lá eles de onde vierem. Nem da Igreja. O que falta é praí famílias fundadas no santo sacramento do matrimónio e os resultados são o que se vêem.
O encontro de Valência tinha servido para alguma coisa, se fosse capaz de fazer a leitura da realidade e tivesse uma palavra de esperança e ânimo para TODAS as famílias. Continuar a querer restringir o conceito de família a um homem, uma mulher e os filhos nascidos no sacramento do matrimónio, é teimosia, é uma ilusão discriminatória, é não querer ver a realidade.

Cada um tem direito a escolher o seu caminho de felicidade, tudo o resto é querer tapar o sol com a peneira.

Quem foi a Valência e se excitou muito com isso, à vontade. Cada um come do que gosta. È tão bom poder encher a boca e as notícias nos media de que estiveram um milhão e meio de pessoas para ver o Papa, assim esquecemos a realidade da Igreja...
 
Quanto desamor pela Igreja!

Alfredo
 
"Quanto desamor pela Igreja!"
Mas eu sinto-me bem com esta Igreja que, paulatinamente -mesmo parecendo a muitos que é desamada -, se vai refrescando, que se permite ter livre expressão (mesmo que sejam ditas asneiras) .
O Espírito sopra. Com toda a gente a ler por Missal é capaz de se sentir menos a sua brisa suave e vigorosa.

Um abraço
 
Alfredo,

referes-te a que Igreja?

Eu amo a Igreja Corpo de Cristo. E amo o Papa, e os bispos e o meu prior, e a D. Jacinta, e sr. Fernando. Assim como eles me amam a mim. Mas não deixamos de ver o defeitos uns dos outros. O Papa também me chama relativista. Eu não me importo. O meu relativismo é jesuânico. Eu acho que sim. Ele acha que não. Entre os dois decide a minha consciência.
 
Meu caro CA quem la esteve viu a Igreja viva. Ninguem tem culpa de não ser a tua Igreja. Ninguem tem culpa de quereres outra Igreja. Mas esta é a Igreja Una Santa e Catolica. Com os seus defeitos e com as suas virtudes.
Mas acima de tudo é uma Igreja que nao vende as verdades da Sagrada Escritura a troco de satizfazer os lobbys gays do mundo....
Se la tivesses estado, terias compreendido....
Sempre que se dão encontros destes, com muita gente, logo um grupo de descontentes fica furioso. Porque tanta gente do lado do papa lhes incomoda. Porque querem dizer ao mundo que a Igreja nao concorda com o Magisterio e o que se prova é o oposto. O mesmo foi dito quando o Papa esteve em Colonia o ano passado.
O que se disse dos 2 milhoes e meio de Tor Vergata no ano 2000 com João Paulo.
É esta a Igreja. COm o Papa! A Igreja rezingona que passa a vida a protestar do papa.... é outra.
Luis
 
Meu Deus!
Como nos tranquilizam as certezas. Como nos afagam a parte mais frágil de nós as frases feitas.
Pensar( ou melhor, saber pensar) continua a produzir muitos danos.
Meu Deus, faz-nos suficientemente humildes para, apesar de procurarmos a verdade, não nos refugiarmos no alto do "ter a certeza"
 
Luís

Não deve confundir uma manifestação externa de milhões de pessoas com a Igreja. O que interessa realmente é o que vai ser a vida dessas pessoas no seu dia-a-dia. E pode crer que a grande maioria vai continuar como dantes: acham o ideal cristão muito elevado mas não tencionam vivê-lo. Jesus tinha bem consciência disso: falava para as multidões mas sabia que apenas uma pequena minoria escutava a Palavra e a punha em prática.

"Porque querem dizer ao mundo que a Igreja nao concorda com o Magisterio e o que se prova é o oposto."
"A Igreja rezingona que passa a vida a protestar do papa...."

Quem leva a vida cristã e o Magistério da Igreja a sério incomoda-se com certas posições porque sente que são menos correctas. Há quem goste de ter o Magistério como referência ideal mas como não tenciona levá-lo a sério, nunca se incomoda com os exageros. E há quem aceite tudo sem sequer pensar.

Já agora: se esta não fosse a minha Igreja não me preocuparia de todo com o que ela diz ou faz, excepto na medida em que influenciasse a vida pública. Mas esta é a minha Igreja.
 
CA,

antes de mais, Bom dia:)

E voltando aos grandes aglomerados, eu que sou uma ingénua incurável, não tenho muitas ilusões quanto a eles. Servem para mostrarmos que ainda somos muitos. Não te lembras das análises depois da procissão de Lisboa. Não importa se nas paróquias não há nem quem varra a igreja. O que interessa é que ainda somos capazes de fazer grandes ajuntamentos.
O compromisso de vida, aí é que já fia mais fino.
 
Não nego que eu também gosto de festa. Estive em Fátima na última visita de João Paulo II, e a multidão tinha elementos que me impressionavam. Agora reduzir a fé a isso...ou pôr isso como prova e expressão máxima de fé é que é errado. A fé, exprime-se nas 24 horas de cada dia. Não apenas nos encontros litúrgicos.
 
Espantosa a impressão que os gays fazem a esta gente!

Parece que temos sarna ( espiritual, moral ou alguma coisa deste tipo )!

Por mero acaso, hoje fui à Drogaria Azul para comprar Siril para tirar nódoas de cimento da tijoleira; mesmo ao lado, está a livraria dos Salesianos, em que entro sempre para bouquiner un peu.

Um livrinho sobre sexualidade despertou-me a atenção ( não fixei a referência ). Como estava a precisar de divertir-me, fui ao capítulo "homossexualidade". Do melhor!

Só uma amostra: além de sermos - já se sabe - doentes e desordenados morais, devemos:

i) reconhecer que somos anormais;
ii) procurar a ajuda de alguém que nos torne heterossexuais;
iii) se não for possível a transformação, aniquilar a expressão da sexualidade no amor humano;
iv) não dizer nada a ninguém ( excepto aos "ajudantes" da "transformação" ) e permancer no armário;
v) se formos homens, vestirmo-nos de maneira o mais masculina possível.

E por aqui fora, num festival de asneira sem freio.

Vocês têm bem consciência do disparate que isto é?

Vocês não percebem que isto não tem nada a ver - nem com medicina, nem com psicologia, nem com o cristianismo, nem com cuidados pastorais elementares ( mesmo para quem discorda por razões teológicas da homossexualidade )?

Vocês não percebem que o que está aqui é apenas preconceito rasteirinho e rançoso?

Claro, a sociedade vai a pouco e pouco libertando as minorias sexuais das discriminações e opressões que sobre elas pesam. Apesar de vocês e contra vocês. Daqui a muito tempo, quando na consciência moral colectiva dos homens forem escandalosas essas discriminações e opressões, vocês farão um aggiornamento e porão o contador dos vossos pecados a zero. Foi assim com a democracia, foi assim com a liberdade religiosa, foi assim com a emancipação dos judeus, está a ser assim com a libertação da mulher, ...

Vocês seguem sempre atrás, puxando para trás, amaldiçoando, mas sempre com hipócritas palavras sobre o Amor! Quer dizer: precisamente ao contrário do que é a missão da Igreja!!

Gaita, que estou farto de vocês! Fiquem no vosso labirinto.

E, como até me tornei cristão, e sou portanto doravante vosso irmão na Fé, estou-me nas tintas para as delicadezas a ter com estranhos - e mando-vos ( não todos, mas adivinham quem ) ... para onde também já adivinharam.

Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo fique convosco.

Zé Ribeiro.
 
MC

Bom dia.

Também eu gosto de festas. Aliás o encontro com o Papa, em si, parece-me algo válido. Quando era um pouco mais jovem participei em grandes encontros e não estou nada arrependido.

O Congresso da Família levanta a questão de saber se as pessoas foram lá para reflectir e contribuir ou se foram lá apenas para ouvirem mais do mesmo e ficarem convencidas que há outros que ouvem o mesmo.

Um congresso destes só seria útil se as pessoas (leigos, teólogos, padres, freiras, etc) pudessem falar livremente sem receio de represálias. Ora a Igreja tem um sistema interno de censura e repressão que impede a livre expressão (e afecta sobretudo os que dependem da hierarquia para viver). Assim, o que resta nestes casos são apresentações que repetem a teologia oficial em segunda mão. Daí que não haja qualquer "pitada de novidade" como diz o Manuel.
 
à merda, Zé Ribeiro, à merda.

O problema é que se tu és capaz de o fazer, muitos não são. E comprometem a sua felicidade, a sua realização como pessoas, por causa de tudo aquilo que dizes.
 
Concordo com tudo o que dizes, CA. E digo-o com a autoridade de quem conhece a Igreja, de quem lhe tem dedicado muito do seu tempo, energias, etc. Isto não é para me fazerem um altarzinho, é só para mostrar que não é criticar por criticar. É tentar ser verdadeira e coerente.
 
Caro CA
Começamos a entender-nos. Concordo inteiramente com o que dizes a cerca do elevado ideal que as pessoas não pretendem viver. Mas então qual é a solução? Deitar o Evangelho para o lixo?
O Zé Ribeiro queixa-se da posição da Igreja em relação à homosexualidade. Esta é amplamente condenada na Biblia. São Paulo é absolutamente contra. A posição da Igreja é de acolhimento, de respeito, mas lembra que os actos homosexuais sao desordenados, e portanto maus. Devem as pessoas com essas tendencias viverem castamente.
Onde está aqui o erro? Vivemos numa sociedade em que os Lobbys Gay fazem uma pressão imensa. Deve a Igreja deitar fora a Sagrada Escritura porque esta está desadequada às novas mentalidades?
Respeito os homosexuais como filhos amados por Deus, como eu. Mas nao deixo de lhes dizer que estão mal.
Penso que a resposta nao passa pelo baixar a fasquia, mas como apresentar o cristianismo como ideal a viver não apenas dizer.
Luis
 
Luís

Quanto à homossexualidade, a fundamentação apresentada pela Igreja é bastante frágil. Poderiam ser apresentadas fundamentações análogas para justificar a submissão da mulher ao homem, por exemplo, e, nesse caso, a Igreja já percebeu que esse não era o caminho. Tem havido um discussão interessante no Fórum Paróquias sobre este assunto. Sugiro em
http://www.paroquias.org/forum/read.php?1,9270,page=8
as mensagens de rmcf (Miguel) de 15/7/06 às 15:54 e 19:33.

Quanto à fasquia, o problema por vezes é que podemos andar a praticar o desporto errado. Para o cristão o único objectivo é o amor e não o atingir fasquias ou ideais mais ou menos difíceis mas que não fazem as pessoas felizes. Há posturas da Igreja que, à falta de outra justificação (nomeadamente uma justificação que mostre que decorrem do mandamento do amor) são apresentadas como fasquia para pessoas supostamente mais santas, que seriam capazes de fazer coisas mais difíceis do que o vulgar dos mortais.
 
Duas coisas apenas por agora
1º O amor é exigente. Não é desporto mas exige de mim o maximo, não é cocegas mistico gazozas.
2º Os argumentos da Igreja são os dados na Sagrada Escritura. No Antigo Testamento e no Novo, nomeadamente na Teologia Paulina.
È um total absurdo dizer que esses textos estão datados e que tem a ver com a cultura da época. A Palavra de Deus é para todo o sempre, eterna e imutavel.
Homosexuais sempre os existiu na historia. Querer afirmar uma sexualidade alternativa, afirmar que na Criação Deus fez-me homem mas eu quero gostar de homens, é o pecado original - Por Deus à margem, e ser eu a fazer as escolhas.
Dizes e bem que é necessário trazer o ideal cristão para a vida. Não estarás a advogar o oposto, transformar o ideal cristão numa coisinha a maneira do mundo?
Esforçai-vos por passar na porta estreita. Que importa ganhar o mundo e perder a vida...
PArece-me que Cristo tem razão.
Luis
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
Luís

Uma coisa apenas por agora:

"A Palavra de Deus é para todo o sempre, eterna e imutavel."

"Se um homem cometer adultério com a mulher do seu próximo, o homem adúltero e a mulher adúltera serão punidos com a morte." Lv 20,10

Deveremos alterar a Constituição e o Código Penal?

"Todos os quadrúpedes que têm o casco não dividido, ou que não ruminam, esses são impuros para vós: quem neles tocar, ficará impuro." Lv 11,26

Deixamos de comer carne de porco?
 
Caro Luís,
permita-me que lhe peça para pegar no Livro do Levítico e tentar colcá-lo todo em prática. Como faz parte da Sagrada Escritura...
Se é casado, por favor diga á sua mulher para andar sempre de cabeça coberta, diga-lhe que quem manda é o sr. e que ela tem de se lhe submeter em tudo (é S. Paulo que o diz).
Quando olhar para uma bonita mulher e lhe piscar um olho, por favor, arranque imediatamente esse olho.
Quando, com o seu braço, tiver um daqueles gestos que o "Zé Povinho" gosta de fazer, por favor, corte imediatamente o seu braço.
Um abraço para si
 
Já dei para este peditório. E não tenho mais pachorra para tentar ir passinho a passinho a desmontar o ridículo do lobby anti-gay*.

* já que as palavras são usadas como argumentos...
 
migalhas:

Creio que o Luís não pisca o olho às mulheres - é pecado!

Eu pisco ( e também aos homens ), se me derem razões para crer que não incomodo e se não estiver "emparelhado", que é a situação actual. Não porque seja pecado, claro; mas porque procuro no exercício da minha sexualidade não incomodar/magoar ninguém.

É interessante esta obssessão com o pecado. Confesso que me deixa perplexo, porque nunca experimentei quaisquer angústias com o assunto. O que me trouxe ao cristianismo foi o "sentido", não o "pecado". O que faço eu aqui, o que fazemos nós aqui, se há sentido na evolução de biliões de anos do Universo, para onde vamos, porque temos em nós o sentido do bem e do mal, que fazer com os nossos irmãos homens, ... estas coisas.

Que Deus Se tenha dado ao incómodo de encarnar e morrer na Cruz para nos limpar de pecados parece-me uma proposta muito fraquinha ( e claramente influenciada pelo judaísmo sacrificial, pré-rabínico ). A menos que "pecado" seja tomado em sentido lato, não certamente aquelas coisinhas que a palavra vulgarmente refere; como uma acção/omissão que contraria o sentido.

E *suspiro* não estar "emparelhado" ( com homem ou mulher ) deixa-nos incompletos, mas viver é sempre muito bom ...

ZR.
 
A propósito do tema do post, vale a pena ler a crónica dominical (16/07) de Bento Domingues: "A família em discussão".
Entretanto, para uma perspectiva mais global, sugiro a crónica do Anselmo Borges. Para perceber porque choramos a morte do Mardones...
JS
 
E verdade que Cristo morreu na cruz para nos livrar dos pecados. Não significa que deixou de haver pecado.
A menos que tambem não precisem ja de se confessar... ja que so será pecado matar mais de 10 pessoas.
Que consciencias.....
Luis
 
JS, poderias indicar os links, por favor?
 
Alguns dos cristãos mais progressistas dizem que a igreja já não manda em ninguém e que econtros como os de Valencia são inofensivos. Não é verdade. Mesmo em Lisboa continuam a existir pessoas que são descriminadas só por não estarem casadas. Na provincia então...
Não é razoavel assistir a isto e ficar impavido e sereno. Quem descrimina tem de ser descriminado e senti-lo na pele.
JC
 
/me
O artigo de Bento Domingues é do Público (acesso pago). Estará disponível dentro de dias na página do autor (link ao lado).
O artigo de Anselmo Borges é do Diário de Notícias (edição de ontem, 16/07).
Ambos os jornais estão linkados neste blog.
Cumprimentos.
JS

Já agora, sugiro ainda os posts que José Mantero dedicou em balanço à visita papal (las mesuras...): http://blogs.periodistadigital.com/josemantero.php
 
Não sei porquê mas o discurso do Luís "cheira-me" a discurso já "muito meu conhecido".
As mesmas frases, os mesmos argumentos...
Pode ser mera coincidência. Mas que são os mesmos, são.
 
Obrigado. :)
 
O arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco, abordou nos microfones da «Rádio Vaticano» a «herança» deste EMF.

«Começamos outra etapa para conseguir que a família seja realmente evangelizada e evangelizadora, que seja uma comunidade de fé e que consiga transmiti-la também a seus filhos», disse o prelado em palavras que traduziu simultaneamente ao italiano a emissora pontifícia.

«Estamos empregando todos os meios e creio que será uma novidade a divulgação e a comunicação desta divulgação, com uma pedagogia adequada, no coração da família», acrescentou.

Trata-se, portanto, de que «a família tenha sua identidade e construa entre os filhos, pais e os avós, o que chamamos de “Igreja doméstica”», explicou.

«Se o conseguirmos, teremos então tudo o que desejamos, que a família entre no processo educativo dos filhos, e poderemos assim garantir uma educação na fé», apontou Dom García-Gasco.

Recordando os acontecimentos vividos há uma semana, o arcebispo de Valência apontou: «O Papa foi muito claro, com uma transparência tal que motivou a todos nós a fazermos o mesmo».

«Não perdeu tempo em lamentar-se ou em fazer referência às dificuldades políticas de nossa sociedade neste momento -- descreveu. Ele nos convidou a não olhar para trás, mas para frente, pensando que neste momento o que é importante é que sejamos capazes de transmitir uma doutrina clara, profunda.»
Luis
 
Acha o meu discurso conhecido é?
Talvez por ser o discurso da Igreja. Uma Igreja acolhedora que nao marginaliza ninguem. Diferente da sua não é Fatima....Na sua Igrejinha a Opus Dei por exemplo nao tem lugar...
Pena
 
"Acha o meu discurso conhecido é?
Talvez por ser o discurso da Igreja."

O discurso do Luís é apenas o discurso de uma parte da Igreja.

"Uma Igreja acolhedora que nao marginaliza ninguem."

A Igreja não marginaliza ninguém mas a hierarquia maltratou e maltrata muita gente.

"Na sua Igrejinha a Opus Dei por exemplo nao tem lugar..."

Nem tem que ter lugar. A Opus Dei é uma organização dentro da Igreja e nem todos têm que a achar boa.
 
A Hierarquia maltratou quem? Casos concretos...
En relacao à Opus nem todos tem de a achar má. SO acho doentio criar um blog so para deitar abaixo uma organizaçao da Igreja.
Mas cada qual gasta o tempo como quer.
Luis
 
"A Hierarquia maltratou quem? Casos concretos..."

Galileu Galilei, Giordano Bruno, Salomone e Marianna Padovani, Bernard Häring, Jacques Gaillot, Juan Masiá, ...

"En relacao à Opus nem todos tem de a achar má. SO acho doentio criar um blog so para deitar abaixo uma organizaçao da Igreja."

Se há pessoas que viveram uma organização por dentro e se dão a este trabalho pode ser a organização que seja doentia. Já agora, o Luís conhece a Opus Dei?

"Mas cada qual gasta o tempo como quer."

Sem dúvida.
 
Muitas e muito boas coisas se dizem aqui no Adro! Como diz a MC, eu ponho-me "ao fresco" e o pessoal faz a melhor parte. Cabe-me agradecer e pedir que venham mais vezes.

Não resisto a deixar uma achega: cada vez que o tom dos meus posts ou os comentários de visitantes são, ainda que ligeiramente, críticos, aparece logo uma "voz ortodoxa" que faz questão de separar as águas entre a "minha" Igreja e "a" Igreja que, naturalmente, é a "sua".
Por aqui se vê a cultura de tolerância e de acolhimento por trás do blá, blá, blá "eclesialmente correcto"...
Não cabemos todos numa Igreja comum?
 
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
 
No comments.

Um abraço a todos

Fátima
 
Não deixa de ter piada que os "ortodoxos doutrinários" com as suas linguagens tacanhas e as satisfações místico- gasosas são precisamente os que... não podem ter família.

Será coincidência que sejam esses "eunucos" ( em linguagem bíblica)mais radicais que pretendem definir a forma como os outros constroem as suas famílias e aforma como o outros são igreja??
 
Claro que não cara coimbrã... já viu os Ipods que tinham de comprar para todos os rebentos. Ja se ve que continua com os mesmos problemas de foro ginecológico.
Pena que o governo socrates vai fechar o Miguel Bombarda. Para onde irá a pequena bluesmile.
 
Pobre foleiro anónimo a mendigar atenção alheia em caixas de comentários. Falta de gajo, já se vê ( que gajas, coitadito...) .
 
Na mouche eheheheh.
Não vou descer ao seu nivel cara Blue. Deram-me educação em pequeno e nao me esqueci dela.
Ao contrario de si.
 
As pessoas sem família ( particularmente os homens solteiros, viúvos e divorciados) apresentam maior perturbação psiquiátrica e maior rico d esuicídio.È um dado epidemiológico que se pode comprovar empiricamente.
ter uam relação familiar estável egratificante é um factor essencial para o equilíbrio dos seres humanos. O contrário também é verdade - as pessoas com problemas psicológico e dificuldades relacionais t~em mais dificuldades em formar ou manter uma família.....
E depois há os contextos sociais...
 
Tchi ... o que para aqui vai.

Como cristão, mas sem ser membro de qualquer denominação particular ( Igreja romana em especial ), só umas pequenas conversinhas:

1) Das intervenções de alguns "Anónimo"s ressalta um grande pó às mulheres e aos gays; está conforme à misogenia e à homofobia da Igreja romana ( as posições "oficiais" e partilhadas por muitos membros ). Mas há de mudar; e, em denominações de organização mais democrática, as coisas estão mais avançadas; em algumas, mesmo, tais misogenia e homofobia já estão no baú das curiosidades históricas - "Vejam lá como nós éramos dantes".

2) A Opus ... Conheço muito mal. Mas basta ler o livrinho do Balaguer para poder afirmar que aos membros são incutidas como virtudes cristãs essenciais a obediência e o não pôr em causa a doutrina da Igreja romana.

Ora, meus caros, eu já não sou novinho. Quando nasci, em 1950, a metade judia da minha família era constituída - à luz da doutrina romana da época - por deicidas, para quem as várias desventuras desde a destruição do segundo Templo eram apenas o justo castigo ...

Também quando nasci - e à luz da mesma doutrina - eram condenadas a tolerância religiosa, a liberdade de consciência e de imprensa ... até era doutrina oficial que a liberdade de discussão corrompia as almas!

Por aqui vocês vêm que a doutrina não é imutável, que varia com o Tempo e os Homens. Podemos afirmar que há um núcleo estável, ligado aos aspectos mais "religiosos" e menos "sociais" ou "psíquicos" ou "naturais". Mas mesmo este núcleo sofre interpretações diferentes com o Tempo: Vejam como a Creação era/é entendida antes/depois da Teoria da Evolução ...

Ora, colocar o ênfase na defesa da doutrina tal qual ela é num certo momento - como defende e practica a Opus - é um obstáculo a esta actualização necessária da doutrina. Porque a doutrina não muda se, no período anterior à mudança, não houver pessoas dentro da Igreja que a considerem desaquada, a contestem e defendam a sua evolução. Nesta medida, a Opus - e grupos semelhantes - são impedimentos à acção do Espírito Santo.

3) Um dos grandes problemas da Igreja romana é a falta de estruturas em que os leigos possam intervir na elaboração da doutrina e na escolha dos responsáveis. Isto, conjugado com a extrema centralização, e com os principios de funcionamento baseados no autoritarismo, origina que a Igreja seja ( doutrinalmente, organizativamente ) o que o alto clero quer que seja. Ora, prova a experiência, este alto clero é quase sempre muito conservador, pouco sensível à necessidade de renovação da doutrina; pelo contrário, insistindo na imutabilidade dela e considerando a renovação um perigo terrível para a estabilidade do edifício doutrinal ( edifício que - convenhamos - na Igreja romana, com a sua irreprimível tendência para tudo regular, é imponente! ).

4) Enquanto vocês não corrigirem isto, na minha opinião estão condenados a irem atrás. Quero dizer: a sociedade civil e outras denominações modificam a maneira de ver/tratar os homens ( e também Deus, porque nunca ninguém viu Deus a não ser nos homens; mesmo o Pai encarnou no Filho para Se dar a conhecer ) e vocês ficam ... a ver navios. Quando o contraste se torna escandaloso, então fazem um aggiornamento. Ora, podia e devia ser precisamente ao contrário. Por outras palavras: vocês estão a falhar a vossa missão. E não se dão conta da urgência de mudarem. E o espírito defensivo, de trincheira, cresce entre vós ...

5) Penso muitas vezes como sair disto ...

Um abraço e um beijo a cada um de vós ( a todos; também a misóginos, homófobos, opus e tutti quanti ... ),

ZR.
 
ZR,

a minha alma está parva. aqui está um belo tratado. Alguém vai ligar? Vai, vai. Eu, mais uns tantos. Os outros, estão carecas de ouvir isto, mas não lhes entra. Sabe-se lá porquê. Mas tu lês os evangelhos e o filme é o mesmo. Quem é que escutou e seguiu Jesus? A programação mental é a mesma.
Mas como todos somos Igreja, eles que fiquem lá nas trincheiras deles que a gente faz-se à estrada.

Eu não dou beijinhos a todos porque alguns são mesmo muito mal educados e não vale a pena chover no molhado, mas para ti, aqui ficam uns.
 
Ontem à noite, na esplanada com um amigo católico, eu bebendo o meu chazinho, ele bebendo a sua canequinha:

Diz-me ele:

"O melhor que pôde suceder à Igreja nos últimos séculos foi o Risorgimento e a perda dos Estados Pontifícios.

Já imaginaste um Estado no centro da Itália, com alguns milhões de habitantes, cuja vida fosse pautada pela doutrina da Igreja?

Um Estado em que não houvesse divórcio; as mulheres que abortassem fossem julgadas; as minorias sexuais não pudessem expressar-se publicamente; os homossexuais não pudessem ser professores/treinadores/militares; as únicas famílias legalmente reconhecidas fossem as tradicionais; os contraceptivos não fossem de venda livre; a liberdade de expressão estivesse condicionada a não ferir os sentimentos dos crentes?

Estou convencido que tal Estado não seria aceite na comunidade dos Estados europeus como Estado civilizado. Seria um escândalo - e faria mais pelo descrédito da Igreja que a acção conjugada de todos os ateus. Dou graças a Deus por se ter perdido o poder temporal."

E eu concordei com ele.

ZR.
 
Coitadinhos de nós... será que temos salvação? Nós que nos limitamos a seguir aquilo que a nossa e todas as igrejas apostólicas têm ensinado ao longo de 2000 anos...
Há sempre a solução de seguir o mundo! Seguir as modas! Todos os que vieram antes de nós estavam enganados. Foi preciso 2000 anos para se perceber verdadeiramente a razão da vinda de Jesus à Terra, não que fossemos salvos, mas para que pudessemos ser todos amigos e porreiros, respeitando a liberdade do outro através do dogma da indiferença, perdão, da tolerância.

Sinceramente, em que é que estavam a pensar todos os católicos (para não falar nas restantes igrejas de raízes apostólicas)que, durante 1960 anos acharam que um acto homossexual não era bem a mesma coisa que um acto conjugal entre um homem e uma mulher?!
Que audácia terem tomado de assalto as palavras de Cristo que, quando falou na indissolubilidade do casamento queria mesmo era dizer que o casamento é uma instituição arcaica que por um lado não é importante (o amor não precisa de contractos) e por outro é tão essencial que é um atentado aos direitos humanos não o permitir também aos homens que querem casar com outros homens e as mulheres que querem casar com outras mulheres! Esta mania de levar à letra o que Cristo nos ensinou...

Quanto às outras igrejas, aquelas para quem a "homofobia" e a "misogenia" estão no baú... é interessante ir ver que outras coisas lá estão, juntamente com esses pequenos detalhes. Os sacramentos, a tradição, a evangelização, a salvação dos homens através de Cristo...
São esses, só esses, quem nós devemos seguir, para percebermos que a missão dos Cristãos não é "salvar almas" (conceito tão antiquado) mas sim acabar com a Sida e avançar a igualdade dos homossexuais com os heterossexuais. Se houver tempo para a "Mãe Jesus", pode-se pensar nisso depois, quando tivermos a baptizar pessoas em nome da "Mãe do Filho e do Útero", ou "Rocha, Redentor e Amigo".

Coisas inventadas pela minha mente misógena, homófoba e conservadora? (o pior insulto será o terceiro) não! Coisas vindas daquelas maravilhosas igrejas com baús cheios, aquelas que se libertam a cada dia de mais coisas conservadoras e anacrónicas.

Crise de famílias? Qual crise! Crise houve foi durante 2000 mil anos, enquanto não nos era permitido casar com pessoas do mesmo sexo, ter filhos em barrigas de aluguer, casar com os nossos pais e mães e irmãos e abortar os nossos bebés com boas condições de saúde. Isso sim é que era uma crise. Viva o admirável e liberal mundo novo!
 
misogino...e analfabeto...
 
No Name Saint

Tanta coisa mudou na Igreja Católica desde Jesus que se se encontrasse com a Igreja primitiva provavelmente o No Name Saint nunca os reconheceria como católicos.

É preciso um pouco mais do que uma ironia mal informada para convencer as pessoas.

Quanto a levar à letra o que Cristo ensinou, em que hospitais é que se fazem as amputações que ele recomendou? E onde é que Cristo condenou a homossexualidade?
 
Caríssimo devoto de S Pio IX
( nem um restauracionista da Igreja ante-conciliar, dos que hoje dirigem a Igreja romana, usaria 1960 como data-cesura, a não ser por lapso; e eu estou convencido que não cometeste um lapso ):

1) Tens toda a razão para te sentires "picado", pois alguns dos pontos doutrinais anteriores a 1950 fui buscá-los ao Syllabus ( confesso que com a esperança de vir à rede um peixe como tu ).

2) Abstrai dos aspectos estrictamente materiais do progresso, que tão bem nos sabem; e pensa só nos direitos e nas liberdades socialmente reconhecidos aos homens. Que preferes: O mundo de, digamos: 1500, anterior à tríade satânica Reforma/Iluminismo/Liberalismo - ou o mundo de hoje? Qual deles é mais humano? E mais cristão?

3) Não piaste sobre o que eu disse àcerca de a organização da Igreja romana: falta de participação dos leigos, autoritarismo, centralização excessiva. Concordas ou discordas?

4) Como não me conheces, informo-te:
Sou firmemente contra o aborto e defendo a sua criminalização na lei ( a penalização é outro assunto; o princípio do Direito "Não há crime sem pena" admite excepções ).
Sou pela indissolubilidade do casamento, mas julgo que a lei, que se ocupa de um contrato civil entre duas pessoas não necessariamente cristãs, não deve acolher a indissolubilidade.

Humpfff ( onomatopaica de abraço apertado ),
Tchuuuuik ( idem de beijo sentido ),
ZR.
 
Pois... Jesus estava a falar por metáforas quando disse que devíamos cortar a mão ou arrancar o olho, logo estava a falar de metáforas com tudo o resto. Nós, coitadinhos, não sabemos distinguir e por isso devemos partir do princípio que tudo era metáfora e que a interpretação correcta é aquela que mais convém.

Quanto à homossexualidade, de facto, Jesus não falou sobre ela. Curioso que é esse o argumento que os defensores do Aborto usam também. Façamos então uma listagem para ver sobre o que é que Jesus não falou, porque, pelos vistos, se Ele não proibiu é bom (mas quando proibiu o mais provável é ter estado a falar por metáforas e por isso ser necessário interpretar o que disse à luz da razão moderna, claro).

Onde é que Jesus fala da pedófilia?
Onde é que Jesus condena o incesto?
Onde é que Jesus condena a pirataria informática? Onde é que Ele nos diz que não devemos injectar-nos com substâncias tóxicas? Cristo condenou o doping no desporto? E a crueldade sobre os animais? E as experiências médicas sobre inocentes? E a excisão feminina?
A lista, como calculam, é interminável.

A igreja mudou muito? Não duvido. O mundo mudou muito. Agora, querem-me convencer que S. Paulo, S. Pedro, os restantes apóstolos e as primeiras comunidades de fiéis eram a favor de coisas como o casamento entre homossexuais? Que apostavam nas famílias alternativas?
Já estou a ver os cristãos de Tessalonicenses a comentar entre eles: Reunimo-nos aqui para quê? Para ler este espalhafato todo vindo de cima? Sem pitada de novidade?

Andei dias a ler estes comentários, antes de decidir participar. Só o fiz porque me começava a irritar o tom geral. Somos todos igreja, sim. Eu acredito que alguns, sendo Igreja, têm para ela sonhos e projectos que não são benéficos, mas isso discute-se, tenta-se; o tempo e o Espírito Santo encarregar-se-ão de levar este navio a bom porto.
Sei que muitas vezes quem tem ideias alternativas para a Igreja se sente marginalizado, acusado das mais variadas coisas... mas o tom de desprezo por quem confia no magistério, para quem acredita naquilo que este nos ensina e tenta vivê-lo da melhor maneira possível, esse tom de "O que é que se há-de fazer com estes lerdos que querem viver no passado", irrita-nos tanto a "nós" como vos deve irritar a vocês o contrário.

Quanto ao erro de escrever Misogeno em vez de Misogino, podia-me tentar desculpar pelo facto da minha formação ser inglesa, em que se escreve Misogeny, mas sinceramente acho uma coisa tão infantil que não me darei ao trabalho.
 
Ah ha ha.
Escrevi o anterior, pelos vistos, ao mesmo tempo que o Zé traçava o meu perfil psicológico. Descansa detective. Falei de 1960 por ter sido em 1960 a década da grande revolução sexual. Mais nada. Mas foi giro.
Agradeço a informação sobre as tuas opiniões em relação ao aborto e ao divórcio. Contudo, espero que compreendas que não escrevi o meu primeiro comentário contra nem exclusivamente a pensar em ti.
Saberás contudo, que as igrejas que apontas como faróis na escuridão já não vêem a questão com a claridade com que tu a vês, são mais artigos que foram para o baú.

Parece-me irrealista comparar o mundo actual com o de 1500, nem vejo grande relevância. A Igreja tem crescido e aprendido com todos os ataques lançados sobre ela. Tenho pena é dos que sentem ser necessário pôr-se fora dela para a atacar, assim ela cresce sim, mas sem eles. Digo isto em relação, por exemplo à reforma e ao cisma ocidental.
Quanto ao autoritarismo. É possível sonhar uma igreja em que a distância entre os leigos e a hierarquia não seja tão vasta? É. Sobre isso podemos falar. Não estaremos necessariamente de acordo quanto aos termos, mas podemos falar sim.
Cumprimentos,
Filipe
 
No Name Saint

"Esta mania de levar à letra o que Cristo nos ensinou..."

"Nós, coitadinhos, não sabemos distinguir e por isso devemos partir do princípio que tudo era metáfora e que a interpretação correcta é aquela que mais convém."

Com tanta ironia não se percebe o que pensas. Queres interpretar a Escritura à letra? Decides tu o que é metáfora e o que não é, mas negas isso aos outros?

"Tenho pena é dos que sentem ser necessário pôr-se fora dela para a atacar, assim ela cresce sim, mas sem eles. Digo isto em relação, por exemplo à reforma e ao cisma ocidental."

Para dizeres isso com tanta confiança terias que provar que as Igrejas que sairam da reforma não influenciaram em nada a Igreja Católica nas suas próprias modificações.

"mas o tom de desprezo por quem confia no magistério, para quem acredita naquilo que este nos ensina e tenta vivê-lo da melhor maneira possível"

Há pessoas que preferem que os outros pensem por elas. Merecem todo o respeito como pessoas mas como interlocutores num debate não servem para grande coisa.

Há sectores de Igreja que preferem uma religião sem responsabilidade, que vêem a obediência como uma apólice contra todos os riscos: quem obedece nunca se engana. Tenho dúvidas sobre o que Jesus lhes dirá no fim. A obediência cega por sistema tem criado tragédias na humanidade e muitas delas ligadas à religião. Não creio que uma nova evangelização possa ir por aí, até porque a maioria das pessoas de boa vontade nunca aceitaria tal caminho. Afinal Deus deu-nos os talentos de sermos livres e pensarmos pela nossa cabeça e quando chegarmos ao pé dele e lhe dissermos que enterrámos esses talentos para garantirmos que não perdíamos nada pelo exercício da nossa autonomia, somos capazes de ouvir uma resposta como a que ele já deu em circunstâncias semelhantes.
 
No meio de tanta confusão que vai na cabeça do Filipe, achei absolutamente xtraordinária a frase

"casar com os nossos pais e mães "...

Não sei se corresponde a um complexo de édipo mal resolvido.

É que de facto não encontro esse comportamento no mundo actual.
Em bora o incesto na antiguidade fosse muito mais frequente.
Tal como a pedofilia, o abuso de crianças e o infanticídio...
Eram absolutamente banais.

A falta que fz saber um pouco de História.
 
Compreendo que o "no name" é um bando de miúdos inconsequentes. Mas a "formatação mental " destes e a ignorãncia que manifestam é preocupante... se até a formação dos jesuítas cria miúdos com esta "formatação" e tiques de fundamentalismo, a coisa está mesmo grave. Muito mesmo.
 
Quem decide o que é metáfora e o que não é? Cada um é livre de pensar, mas eu coloco mais fé nas interpretações que foram feitas ao longo dos séculos pela igreja através dos seus Bispos, representantes dos apóstolos.
Quando eu falei em interpretar literalmente o que Jesus dizia, era em relação ao tópico do Casamento, julgo que a forma como ele falou não deixa grande espaço para dúvidas. Já em relação à amputação de membros, creio que é bastante claro também que Jesus estava a ser metafórico. Mas divirtam-se a pegar em citações diferentes de comentários diferentes em contextos diferentes para mostrar como eu me contradigo.

Há, de facto, pessoas que gostam que a hierarquia pense por eles, e há membros da hierarquia que pensam que o seu trabalho é pensar pelas pessoas.
Depois há aqueles que infantilmente reagem contra tudo o que a hierarquia proclama, só porque não gostam do "autoritarismo". Estilo crianças birrentas.

Gosto de pensar que não faço parte nem do primeiro grupo nem do segundo. Gosto de dar o benefício da dúvida ao que a hierarquia diz antes de rejeitar, depois pensar, compreender e decidir se concordo ou não.

Rejeito é que me cataloguem como homem de obediência cega só porque decidi aceitar e não reclamar contra tudo o que a Igreja me diz por via dos sucessores dos apóstolos.

Eu não disse que as igrejas que tinham saído da reforma não tinham afectado a nossa. Leu mal. Disse que afectavam, se calhar até ajudavam a crescer, mas faziam-no por fora em fez de o fazer por dentro. E isso entristece-me porque gostava que fossemos um como Ele e o pai são um.

Mas claro que quem acertou foi a Bluesmile. Eu sou, no fundo, um aglomerado de crianças educadas por jesuítas... (???)
Demonstro uma dose assustadora de ignorância! Coisa só possível em quem tenta discutir ideias minha cara. Dos teus comentários aqui, em relação a mim, ainda só vi generalizações bizarras e insultos.

Casar com os pais e com as mães não é um complexo, não te preocupes. (Imagino o que te deves ter rido sozinha em frente ao computador a pensar esse comentário tão original). É antes uma sequência extrema, mas lógica, do esvaziamento total da noção de casamento. Se o casamento não é necessariamente entre duas pessoas de sexo diferente, porque não permití-lo entre irmãos? Quem é o estado ou qualquer religião para dizer que eu não posso casar com a minha irmã ou com a minha avó? (Controla-te Blue... ai esses risinhos histéricos!)
O incesto existia mais na antiguidade? Hoje em dia nenhum homem abusa sexualmente das suas filhas!
Estaremos a fugir um pouco ao assunto...
 
Luís:
Acalma-te. Até já ouves risos histéricos que ninguém deu. Cuidado. O teu verdadeiro problema é não te deixarem casar coma a tua avÒ? A sério?
Queres praticar incesto com gerontofilia?
E dizes que são os outros que praticam "generalizações bizarras"....Pois.

Dizes que é essa uma consequeñcia lógica da noção de casamento civil? Mas qual noção? A noção de uma comunidade de vida, baseada no amor mútuo e num projecto de futuro entre duas pessoas adultas e responsáveis?

Ou a que herdámos do direito romano, de um pater familias com poder de vida e morte sobre a mulher, filhos e escravos que basicamente tinham o mesmo estatuto?

A actual conceito d ecasamento baseabdo no amor Conjugal(uma invenção recente )não pode ser realizado entre duas pessoas do mesmo género porquê?
Estamos a falar de um contrato civil ( fora do contexto do sacramento religioso) , com responsabilidades mútuas, direitos e deveres.

Que tem isto a ver com pedofilia?
Que tem isto a ver com gerontofilia?´

Por é que histericamente vocês se poem a baralhar tudo e até de aborto falam quando se fala em homossexualidade? Porquê tanto ruído inútil?
Quando de certeza asboluta que, de uma relação homossexual nunca, mas nunca mesmo resultará uma situação de aborto?

Estou um bocado farta desta demagogia barata.Parece um disco riscado.
E a pedofilia, o aborto e o eo infanticíio ( assim como a violência doméstica e o abuso de crianças) eram muitíssimo mais frequentes há mil, ou mesmo há cem anos do que agora.
Escusam de agitar bandeiras apocalípticas quando falam dos valores da Pós modernidade e das "intrinseca maldade" famílias de Hoje.

As Famílias de Hoje, são incomparavelmte melhores do que eram há cem ou 500 anos atrás - no amor, na solidariedade, no cuidado com as crianças, na comunicação, na sexualidade amorosa conjugal,na fidelidade a um projecto comum... etc etc, etc...

Quanto á aceitação "cega" dos ditames doutrinários da hierarquia.

Mas aceitas mesmo tudo o que a hierarquia diz e disse ao longo da história?? Mas qual tudo?
O que diz agora? O que disse há cem anos? O que disse há mil anos e que pode ser completamente oposto ao que agora afirma como verdade imutável??

POdia dar mil e um exemplos, como a aceitação da escravatura, a ideia da menoridade/ demonização da mulher; do do horror á aceitação da separação Igreja/Estado; desde a proclamação da exisência do Limbo - uma doutrina tradicional que demorou uns séculos a inventar e um milénio a acabar por decreto papal.
Aceitas a escravatura? Aceitas a Guerra santa? Aceitas os horrores que a Igreja católica disse durante milénios sobre os Judeus e os protestantes? Aceitas as torturas da santíssima Inquisição??

Aceitas mesmo tudo?
Nunca reflectes sobre nada, nunca te aproprias reflexivamente de nunhuma norma da Igreja? Nunca usas atua própria consciência?

E se o fazes, presumo eu, como podes ter a pretensaõ de impedir que outros o façam á luz dos seus valores e da sua história pessoal?
 
Não era para o luís mas para o no name.
 
Vale a pena ler, meus amigos:

"Les participants à une messe en faveur des droits des homosexuels en Lettonie, célébrée samedi 22 juillet dans une église anglicane à Riga, ont été aspergés d'œufs et d'excréments par des sympathisants d'extrême droite.

Les opposants à la gay pride, qui aurait dû se tenir samedi dans la capitale lettonne mais qui a été interdite par sa municipalité, ont agressé la cinquantaine de personnes rassemblées dans l'église, parmi lesquelles une eurodéputée néerlandaise. "J'ai eu le plaisir douteux de voir de mes propres yeux comment les gens peuvent se comporter motivés par la haine et la peur", a déclaré l'eurodéputée Sophie Int'Veld, après avoir quitté l'église par une porte annexe. Le prêtre, qui a célébré la cérémonie, a souligné que de tels incidents étaient prévisibles et déploré l'absence de la police.


La gay pride a été interdite mercredi par les autorités de Riga qui ont invoqué des risques de débordement dans un pays où l'homophobie est très forte. En 2005, la première parade jamais organisée en Lettonie avait attiré une cinquantaine de manifestants et dix fois plus de badauds en majorité hostiles aux homosexuels, dont les plus haineux avaient aspergé les manifestants de gaz lacrymogènes.

Après la messe, l'organisation lettone gay Mozaika a invité à une rencontre dans un hôtel dans le centre, en alternative à la parade. Plusieurs centaines de personnes se sont alors rassemblés aux alentours de l'hôtel, invectivant les clients de l'hôtel sur leur passage.

"Les homosexuels sont de sales pêcheurs. Ce sont des gens immoraux et n'ont pas de place dans une société normale", a notamment lancé Viktors Biese, chef d'une organisation d'extrême droite ANSS. "Nous devons les arrêter maintenant. On ne peut pas attendre qu'ils commencent à réclamer le mariage et le droit d'adopter des enfants", a-t-il ajouté."

Extraído do Le Monde, de hoje.

Beijinhos a todos,
ZR.
 
Vocês vêm um padre da Igreja romana neste papel? Eu não vejo ...

Em 1992, o Vaticano enviou uma instrução pastoral aos bispos dos EUA impondo que se opusessem a legislação assegurando os direitos das pessoas homossexuais, incluindo legislação que isentasse as igrejas do seu cumprimento.

A instrução comparava a homossexualidade a doenças contagiosas e mentais e argumentava que, para o bem comum, o Estado tem o direito e a obrigação de restringir os direitos civis das pessoas.

No caso de professores, treinadores desportivos, militares, membros de forças de segurança, famílias de acolhimento e pais adoptivos, dizia o documento "não é injusta a discriminação baseada na orientação sexual". Ignorando toda a evidência, o Vaticano presumia que são as pessoas gays e lésbicas, e não heterossexuais, os principais reponsáveis por casos de pedofilia; ou que são inadequados como modelos educativos; ou que são incompetentes.

No mesmo documento, o Vaticano sugeria ( muito contraditoriamente ... ) que não haveria problemas se os homossexuais conservassem secreta a sua orientação sexual - o que contradiz toda a evidência médica.

A coisa é assim: Há uma Pessoa que tem um rebanho e que o entregou aos pastores para que tomem conta dele. Os pastores olharam para as ovelhas, acharam que umas tinham manchas e açularam os lobos contra elas. Quando o Dono lhes pedir contas, só não se lixam porque Ele é boa Pessoa e perdoa-os.

Boas férias!
( A todos, incluindo quem está de acordo com tão maus pastores ... )
ZR.
 
E, rapazes, não se preocupem excesivamente com a sorte das pobres ovelhinhas gays e lésbicas, porquanto temos bom pastor:

Ezequiel 34:2-10

2. Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?

3 Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.

4 As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.

5 Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam.

6 As minhas ovelhas andaram desgarradas por todos os montes, e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andaram espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem perguntasse por elas, nem quem as buscasse.

7 Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR:

8 Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que, porquanto as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas; e os pastores apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas;

9 Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR:

10 Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, e eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não lhes servirão mais de pasto.

11 Porque assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu, eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei.

12 Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; e livrá-las-ei de todos os lugares por onde andam espalhadas, no dia nublado e de escuridão.


Beijocas,
ZR.
 
Obrigado Zé Ribeiro por teres colocado aqui esta passagem de Ezequiel.
Abraço
 


Tens um link para essa instrução "pastoral"?
 
Com certeza, CA, com certeza:

http://dignitycanada.org/vatican.html

Trata-se do documento

Some Considerations Concerning the Catholic Response to Legislative Proposals on the Non-Discrimination of Homosexual Persons
1992

Os pontos a que me referi são os pontos 11, 12 e 14.

Mas há outros pontos notáveis; p ex, no ponto 7 é apresentada uma justificação para as piores acções homofóbicas - e a culpa é dos homossexuais!

É um documento espantoso, que qualquer pessoa bem formada, com aversão à discriminação dos homens pelos homens, não pode ler sem repulsa. P ex, na abertura, há o desplante de manifestar a preocupação com a distribuição de habitações sociais a casais ( hetero! ) em união de facto!!

O que mais me choca no documento, contudo, não é discriminar, apoiar a discriminação, justificar a discriminação, apelar à discriminação. É a insuportável hipocrisia que exala. Repara, por exemplo, nos pontos 7 e 12, que terminam, respectivamente, com a justificação de acções homofóbicas e da limitação dos direitos civis; agora vê como começam. É difícil ser-se mais hipócrita!

Deve haver a consciência, entre essa gente, de quão embaraçador é o documento, porque não é fácil encontrá-lo ... Nem no site do Vaticano, nem em sites "oficais" da Igreja romana em diversos países. Está, juntamente com outros sobre o mesmo tema e do mesmo estilo ( mas nenhum destila tanto ódio como este ), no site do Dignity Canada, a principal organização LGBT católica-romana do Canadá. Organização que, claro, como a homónima dos EUA, está na leprosaria: não pode usar instalações ou meios da Igreja, os membros docentes em colégios católicos são despedidos, os clérigos que apoiam ou manifestam simpatia são afastados das suas congregações.

Há dias, passei por um blog dum padre espanhol, que estava espantado com a animosidade da sociedadeem relação à sua Igreja; o pobre via-se que não percebia porquê ...

Julgo que documentos como este dão uma ajuda para perceber.

Um abraço,
ZR.
 
Caríssimo Manuel:

Eu não sou mal-educado, sei que estou no blog de um padre da Igreja romana e que o meu último comentário ultrapassa a fronteira que um hóspede bem-educado traça a si próprio.
Simplesmente, há coisas mais importantes que a boa-educação.

Quero agradecer-te o que o teu blog fez por mim. Ainda que tenha sido apenas um instrumento, foi um magnífico instrumento e cumpriu na perfeição o seu papel de instrumento! Fico-te, pois, muito obrigado.

Um muito grande abraço,
A Deus,
Zé Ribeiro.
 
Zé : quero agradecer-te a leitura deste documento, que não conhecia.É de facto extraordinário para compreender a questão.Talvez esta dificuldade que as estruturas da Igreja têm em lidar com a homossexualidade tenha uma explicação bem prosaica.Provavalmente , enfrentam o "problema" dentro da sua própria casa, como muito mais frequência do que na sociedade em geral.
Resta dizer que a atitude Pastoral de muitos Padres / pessoas consagradas é bem mais cristã e acolhedora da diferença do que este texto inacreditável.
è verdade que há padres inacreditávelmente homofóbicos, nas suas linguagens e posturas. nos seus manifestos anti "gaysices" (sic).

Mas quanta desta homofobia resulta essencialmente de dificuldades sexuais mal resolvidas ou mesmo uma orientação sexual mal assumida?

ESta postura radical da Igreja não estrá relacionada com o facto de eestatisticamente haver uma tendência a que o sacerdócio tenda a sr exercido por homossexuais, já que os homens que exercem o sacerdócio estão impedido de terem um normal projecto de família heterossexual e de parentalidade?

Não estou a fazer generalizações abusivas, mas apenas a constatar que a "base de recrutamento" para o Sacerdócio exclui à partida os que têm uma sexualidade organizada segundo o modelo dominante e, curiosamente o único que a Igreja considera válido.

Aliás há numerosos estudos (sobretudo nos EUA)que apontam para uma maior incidência de comportamentos homossexuais em Padres e seminaristas do que na população em geral.

Talvez esse facto explique o documento em causa.
 


Em primeiro lugar, obrigado pelo link.

Quanto ao documento, é realmente notável: prova que no final do século XX continuam bem vivas dentro da Igreja as mesmas forças e tendências que levaram à perseguição dos judeus, à Inquisição, às Cruzadas, etc. Quem pensasse que a hierarquia católica tinha aprendido alguma coisa com os pedidos de perdão desengane-se. Já está a ser trabalhada a matéria para pedir perdão daqui a alguns séculos.
 
CA,
quem dera que não fossem séculos, mas apenas alguns segundos!
 
Zé,

No dia em que me sentir incomodado com o que aqui escreves, serei o primeiro a dizer-to... :)

Quanto ao resto, é mais simpatia tua que mérito meu. Volta sempre.

Abraço
 
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