sábado, outubro 14, 2006
Quem pode então salvar-se?
«Bom Mestre, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?» (Mc 10, 18)
Uma pergunta honesta, de um homem honesto. Mas equivocada, porque baseada na suposiçäo de que a vida eterna se conquista por mérito próprio, por cumprimento de um plano de acçäo.
Assim se compreendem as palavras de Jesus: "Aos homens é impossível, mas näo a Deus...".
Isto dispensa a acçäo humana? Pode dispensar... mas nessa altura é o homem que está a desperdiçar a sua vida, em vez de se empenhar em viver, desde já, uma vida plena que lhe é oferecida, gratuitamente.
Comments:
"Aos homens é impossível, mas näo a Deus...".
E quando os homens nada fazem para que seja possível a Deus?
Esta expressão é, quanto a mim, perigosa pois serve para tentar tapar o sol com a peneira e pensar que Deus anda distraído.
Os homens são muito "espertos" e tentam aldrabar a lógica de Deus, argumentando: eu posso tudo, porque no fim, sem qualquer trabalho e empenho, recebo a absolvição. Não há propósito de emenda há, isso sim, vontade de se aldrabar porque a Ele ninguém aldraba...
Beijos peregrinos
E quando os homens nada fazem para que seja possível a Deus?
Esta expressão é, quanto a mim, perigosa pois serve para tentar tapar o sol com a peneira e pensar que Deus anda distraído.
Os homens são muito "espertos" e tentam aldrabar a lógica de Deus, argumentando: eu posso tudo, porque no fim, sem qualquer trabalho e empenho, recebo a absolvição. Não há propósito de emenda há, isso sim, vontade de se aldrabar porque a Ele ninguém aldraba...
Beijos peregrinos
É isso, Manuel. A conversão é um milagre de Deus. Depois..
Há um velho hino protestante que diz que perdemos muito, muito (paz, alegria, etc) quando não pomos toda a nossa confiança em Cristo.
Há um velho hino protestante que diz que perdemos muito, muito (paz, alegria, etc) quando não pomos toda a nossa confiança em Cristo.
Havia um homem que todos os dias rezava a Deus pedindo-lhe que o fizesse ganhar a lotaria. Os anos passavam, passavam, e nada de prémio… Até que o homem morreu, e frente a frente com Deus inquire-O : Então, porque nunca atendeste o meu pedido ?... E responde-lhe Deus : Ó homem, durante todos estes anos esperei que fizesses a tua parte e comprasses o bilhete de lotaria !...
Já que ninguém aqui continua, ora cá vai disto : tarefa inteira de Deus a tua renovação ; tarefa inteira tua a não resistência e adesão a esta.
Enfim, nada disto tem uma fronteira definida, no sentido em que no amor não é claro onde começa o tu e acaba o eu, visto que o espírito os unifica.
Quanto à predestinação, é um problema a enodar-nos até à parusia. Para quem gostar de cinema há um magnífico diálogo acerca de tal, entre a Anabela Sciora e o Christopher Walken, no « The funeral » do Abel Ferrara.
E já que cá estou, ora BOM DIA :
« Rente às árvores vamos, húmidos humildes
Dizem que é outono. Mas que época do ano
Toca nestas paredes que roçamos
Como gente que vai à sua vida
E não avista o mar, afinal símbolo de quanto quer,
O Deus, ó mais redonda boca para os nomes das coisas
Pra o nome do homem ou o homem do homem ?
(Ruy Belo)
Enfim, nada disto tem uma fronteira definida, no sentido em que no amor não é claro onde começa o tu e acaba o eu, visto que o espírito os unifica.
Quanto à predestinação, é um problema a enodar-nos até à parusia. Para quem gostar de cinema há um magnífico diálogo acerca de tal, entre a Anabela Sciora e o Christopher Walken, no « The funeral » do Abel Ferrara.
E já que cá estou, ora BOM DIA :
« Rente às árvores vamos, húmidos humildes
Dizem que é outono. Mas que época do ano
Toca nestas paredes que roçamos
Como gente que vai à sua vida
E não avista o mar, afinal símbolo de quanto quer,
O Deus, ó mais redonda boca para os nomes das coisas
Pra o nome do homem ou o homem do homem ?
(Ruy Belo)
Ena bem, tantas citações e indicações culturais ou o raio... Isto é que é dum intelectualoide melga... Eh eh eh...
Bom dia, Vitor!!!
É... torna-se difícil, acompanhar-te!
A ideia de predestinaçäo é-me muito incómoda. Näo consigo aceitá-la. O fatalismo que a impregna cheira-me a fado. :)
Outra coisa é a omnipotência de Deus que, pela sua própria natureza, ultrapassa completamente a minha capacidade explicativa....
É... torna-se difícil, acompanhar-te!
A ideia de predestinaçäo é-me muito incómoda. Näo consigo aceitá-la. O fatalismo que a impregna cheira-me a fado. :)
Outra coisa é a omnipotência de Deus que, pela sua própria natureza, ultrapassa completamente a minha capacidade explicativa....
Pois… a malta está aqui cheia de trabalho, e, pausadamente, em vez de fumar um cigarro, vai a um blog e dispara… Sempre faz menos mal aos pulmões ;)
E siga mais uma citação de memória: “Pedro não traiu Cristo porque Deus o sabia desde a eternidade, mas é porque Pedro traiu Cristo que Deus o sabe desde toda a eternidade.” (Leibniz) Isto apenas para indicar que presciência e pré-escolha não implicam predestinar (no sentido de pré-condicionamento)… enfim, uma achega.
E eu também não me acompanho nestas coisas, era o que faltava :P
E a malta não está aqui para explicar Deus mas para procurá-lo... embora, verdade seja dita, que o doido varrido do Leibniz decidiu levar Deus ao tribunal da razão numa obra chamada "Teodiceia". Mas no fundo, tratam-se sempre de modos de o procurar, conformes ao carácter e vida e etc de cada qual... Acho que o pior é quando alguém pensa que já acabou a procura ou algo do género.
Mas “O funeral” vale por muitas outras coisas que não a teologia, e o Ruy Belo… bem, o Ruy Belo é o Ruy Belo ;)
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E siga mais uma citação de memória: “Pedro não traiu Cristo porque Deus o sabia desde a eternidade, mas é porque Pedro traiu Cristo que Deus o sabe desde toda a eternidade.” (Leibniz) Isto apenas para indicar que presciência e pré-escolha não implicam predestinar (no sentido de pré-condicionamento)… enfim, uma achega.
E eu também não me acompanho nestas coisas, era o que faltava :P
E a malta não está aqui para explicar Deus mas para procurá-lo... embora, verdade seja dita, que o doido varrido do Leibniz decidiu levar Deus ao tribunal da razão numa obra chamada "Teodiceia". Mas no fundo, tratam-se sempre de modos de o procurar, conformes ao carácter e vida e etc de cada qual... Acho que o pior é quando alguém pensa que já acabou a procura ou algo do género.
Mas “O funeral” vale por muitas outras coisas que não a teologia, e o Ruy Belo… bem, o Ruy Belo é o Ruy Belo ;)