<$BlogRSDUrl$>

segunda-feira, maio 29, 2006

Conversas sobre Deus e os homens 

A blogosfera continua à espera...

Comments:
Sugerem-me que comece pelo preservativo (não o ZR mas alguem me sugere isso).
Disse o ZR que a voz oficial da Igreja é contra a utilização do preservativo em toda e qualquer circunstancia. Segundo ele isso seria um absurdo.
Eu na minha ignorancia nunca li documento aonde essa posição fosse afirmada. Sei que existiram discursos a rejeitar o uso do preservativo mas normalmente feitos em linguagem suficientemente vaga para se poder afirmar taxativamente que a Igreja é contra o uso do preservativo em toda e qualquer circunstancia.
Tenho visto referir na Igreja que por vezes o preservativo é o mal menor ou compara-lo a uma muleta. Uma muleta em circunstancia normais não é precisa nem desejavel. Por vezes é um mal menor.
Há quem acuse a Igreja com a sua oposição ao uso do preservativo de contribuir para difundir a SIDA e outras DSTs.
Não sei qual a posição oficial da Igreja quanto ao uso do preservativo como meio de prevenção das DSTs, nem sequer sei se tem uma posição oficial.

A Igreja tem um ideal, Jesus Cristo. Deve apontar para Ele. Deve procurar seguir o caminho ensinado por Jesus, mesmo que perca fieis por isso. Em toda a sua exigencia.

Assim a Igreja indica às pessoas que não devem ter comportamentos promiscuos, a prostituição ou o sexo casual desvirtuam o sexo, a sua capacidade de expressão amor, reduzem-no a uma expressão de egoismo. Quem tem este tipo de comportamentos não deixa de usar o preservativo pela Igreja ser a favor ou contra o preservativo. É ridiculo pensar que alguem que frequenta uma prostituta não usa preservativo porque a Igreja diz isto ou aquilo. É mais grave frequentar a prostituta que usar ou não usar preservativo, é mais grave ter sexo com um/a desconhecida/o que usar ou deixar de usar preservativo. Na minha opinião nessas situações de risco o uso do preservativo é realmente um mal menor.
Eis uma expressão que já ouviram certamente. Eu interpretei-a assim:
O recurso à prostituição, o sexo casual com desconhecidos, é sempre um mal. Por varias razões. É um mal maior se para além do pecado contra a castidade, o adulterio, se juntar o pecado contra a vida, ou seja se a pessoa coloca em risco a sua saude e a sua vida. Nessas circunstancias é um mal menor, não um bem porque o recurso à prostituição nunca é um bem, o uso do preservativo.
Outra circunstancia é o uso do preservativo quando um dos membros está infectado com alguma DSTs.
Aqui existem varias circunstancias a serem consideradas.
O ideal parece-me ser nessas circunstancias a abstinencia. Mas a realidade raramente se compadece com os modelos ideiais e aí temos de considerar os varios prós e contras. A abstinencia pode incentivar o adulterio de um dos membros. Aí pode ser preferivel que o elemento que aceitaria a abstinencia opte pelo uso do preservativo em lugar de optar pela abstinencia, para não colocar em risco moral maior o elemento que não aceita a abstinencia. Este é um exemplo de uma circunstancia que pode a realidade levar-se a afastar-se do ideal. No entanto é preciso tambem considerar que o preservativo é falivel, para algumas doenças bastante perigosas é mesmo bastante falivel.
Creio que neste ponto tambem tem sido cometido um erro terrivel ao levar as pessoas a depositarem uma confiança excessiva na eficacia do preservativo na prevenção das DSTs. É bastante eficaz na prevenção da SIDA, diminui o risco de contagio cerca de 10 vezes. O risco continua a existir mas é menor. Mas no caso da hepatite, do HPV e outras doenças potencialmente mortais o preservativo é menos eficaz, no caso do HPV que está relacionado com o cancro do colo do utero é bastante ineficaz.
Por isso promover a ideia de que o sexo com preservativo é sexo seguro mostra ignorancia ou má-fé.
Parece-me uma grande falta de amor que um conjugue coloque em risco de vida o outro. Ao ter sexo com uma doença potencialmente mortal é isso que acontece. Mesmo com preservativo. O risco é menor mas existe. No entanto se a decisão do casal for ter sexo, o que em determinadas circunstancia até pode ser a decisão moralmente correcta de um deles (outra vez o mal menor) então DEVEM usar o preservativo. Para diminuir o risco contra a saude e a vida. 5º Mandamento.

A posição generica do catolicismo contra o uso do preservativo tem sido usada por alguns para culpar a igreja pela expanção da SIDA na Africa. O mesmo se passando com o islamismo (igualmente contra o preservativo). No entanto existe uma correlação negativa entre a percentagem de catolicos ou muçulmanos e as taxas de infecção de sida na Africa. A posição catolica nesta materia parece-me muito semelhante ao programa ABC do Uganda. O unico que teve um sucesso significativo naquele continente. Na africa a promoção da alteração comportamental tem tido mais sucesso que a instalação de uma confiança ilimitada no latex. É muito curioso que culpem a Igreja pela difusão da SIDA nas regiões aonde a igreja tem poucos seguidores e logo pouca influencia. Tão curioso como pensar que o frequentador de uma prostituta vai usar ou deixar de usar o latex porque a igreja pensa isto ou aquilo.
Bem sei que a minha exposição sobre o tema está incompleta mas o comentário já vai muito longo por isso espero pela reacção do ZR para continuar.

António Maria
 
António Maria

Eu, se fosse a ti, deixaria que eles "esperassem sentados", in aeternum...
Contra tais ímpios e hereges já nada há fazer, senão rezar por eles!...
Reconsidera, amigo.
 
Enviar um comentário

This page is powered by Blogger. Isn't yours?