segunda-feira, fevereiro 27, 2006
Bom dia
Um novo coração me dá, Senhor,
O qual a Ti só tema, a Ti só ame,
A Ti, meu Deus, meu Pai, meu Redentor.
Por Ti suspire sempre, por Ti chame,
Por Ti me negue a mim e tudo negue,
Por Ti saudosas lágrimas derrame.
A Ti busque, a Ti ache, a Ti me entregue,
Com tão intenso amor, com tal vontade,
Que nunca mais de Ti me desapegue.
Ó bom Jesus, por tua piedade,
Não Te escondas de mim, isto Te peço;
Que sem Ti tudo enfim é só vaidade.
Muito pedi, Senhor, pouco mereço;
Tão pouco, que Te não mereço nada,
Se o teu muito ao meu nada não dá preço.
O qual a Ti só tema, a Ti só ame,
A Ti, meu Deus, meu Pai, meu Redentor.
Por Ti suspire sempre, por Ti chame,
Por Ti me negue a mim e tudo negue,
Por Ti saudosas lágrimas derrame.
A Ti busque, a Ti ache, a Ti me entregue,
Com tão intenso amor, com tal vontade,
Que nunca mais de Ti me desapegue.
Ó bom Jesus, por tua piedade,
Não Te escondas de mim, isto Te peço;
Que sem Ti tudo enfim é só vaidade.
Muito pedi, Senhor, pouco mereço;
Tão pouco, que Te não mereço nada,
Se o teu muito ao meu nada não dá preço.
Hino da Liturgia das Horas
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
Pessimismos II
Um dos temas que têm aquecido os ânimos na blogosfera cristä é a separaçäo e atritos entre o clero e o laicado. Acho que é bom sinal.
Está claro que, do ponto de vista eclesiológico, a Igreja é formada pelo povo de Deus, fraternidade de iguais, baptizados em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. O Concílio Vaticano II deixou, inclusivamente, claro que os leigos participam do múnus sacerdotal, real e profético de Cristo. Ou seja, têm direito próprio a participar na vida da Igreja, no seu governo, na sua organizaçäo interna e a assumir as responsabilidades consideradas adequadas para a prossecuçäo da missäo comum.
Mas isto é bonita conversa, sem grande reflexo na realidade eclesial. O que é verdade é que há uma separaçäo clara entre uns que mandam (clero) e uns que devem obedecer (leigos). E a conversa sobre a valorizaçäo do laicado que enche planos pastorais e homilias nos últimos anos, deve-se mais à falta de mäo de obra do que a uma efectiva consciencializaçäo do clero sobre o papel dos leigos. E isto prova-se à saciedade sempre que os leigos, acreditando na conversa, tentam tomar nas suas mäos algumas iniciativas paroquiais ou diocesanas, pondo as suas capacidades, sensibilidade e criatividade ao serviço. Como tendem a escapar-se aos cânones eclesiásticos, é certo e sabido que, mais tarde ou mais cedo, o senhor prior os coloca "no seu lugar". Ou seja: os leigos só servem na medida em que estäo "clericalizados".
Quando era mais jovem, cheguei a acreditar que esta situaçäo iria rapidamente mudar com as novas geraçöes de padres. Triste ingenuidade a minha!
Olhando para os padres da minha geraçäo e mais novos descubro, com assombro, que, em vez da abertura e da "desclericalizaçäo", se verifica uma espécie de "entrincheiramento eclesiástico", onde o Evangelho se troca pelo Código de Direito Canónico, onde unidade e comunhäo se confundem com uniformidade e tradicionalismo bafiento e onde, imagine-se, até as batinas e demais acessórios alegóricos voltam a saír dos baús. Assustador.
Dir-me-äo que muitos passos foram dados. Pois. Mas isto é como a história da convergência de Portugal com a Uniäo Europeia: damos alguns passos, mas como os outros däo mais que nós, vamos ficando cada vez mais longe...
Bom dia
Que importa se é tão longe, para mim,
A praia aonde tenho de chegar,
Se sobre mim levar constantemente
Poisada a clara luz do teu olhar?
Nem sempre te pedi como hoje peço
Para seres a luz que me ilumina;
Mas sei que ao fim terei abrigo e acesso
Na plenitude da tua luz divina
Esquece os meus passos mal andados,
Meu desamor perdoa e meu pecado.
Eu sei que vai raiar a madrugada
E não me deixarás abandonado.
Se tu me dás a mão não terei medo,
Meus passos serão firmes no andar.
Luz terna, suave, leva-me mais longe:
Basta-me um passo para a Ti chegar.
A praia aonde tenho de chegar,
Se sobre mim levar constantemente
Poisada a clara luz do teu olhar?
Nem sempre te pedi como hoje peço
Para seres a luz que me ilumina;
Mas sei que ao fim terei abrigo e acesso
Na plenitude da tua luz divina
Esquece os meus passos mal andados,
Meu desamor perdoa e meu pecado.
Eu sei que vai raiar a madrugada
E não me deixarás abandonado.
Se tu me dás a mão não terei medo,
Meus passos serão firmes no andar.
Luz terna, suave, leva-me mais longe:
Basta-me um passo para a Ti chegar.
Hino da Liturgia das Horas
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
Pessimista, eu?!
Às vezes, quando me ponho a matutar sobre esta nossa Igreja, tenho uns tiques de pessimismo invencível. Numa dessas ocasiöes, dei comigo a pensar no que têm sido as grandes "perdas humanas" da velha Igreja Católica europeia nos últimos dois séculos. Perderam-se os intelectuais; perderam-se os artistas; perdeu-se o mundo operário... E está à vista que a próxima debandada vai ser a das mulheres, "fiéis servidoras" de todas as horas. E à vista disto, o que se faz? Cá se vai, cantando e rindo. A orquestra do Titanic também tocou até ao fim...
Proposta
Boa tarde
"Ergue-te e fita-me
De amigo a amigo:
Mostra-me o encanto
Dentro dos teus olhos".
Safo, Grécia, 630-650 AC
terça-feira, fevereiro 21, 2006
Ai, ai, ai...!
Levantei-me de propósito para umas Jornadas que, afinal, só começam à tarde; fui meter umas cartas no correio e tive de voltar para trás porque me esqueci de pôr os selos; quis entrar na internet mais cedo, mas os computadores näo funcionavam; quando, finalmente, consegui aceder, percebi que tinha deixado em casa a disquete com o texto que queria postar...
Há uma clara conspiraçäo cósmica contra mim... mas já sei que o dia näo terminará sem que alguém me diga que tenho mau feitio! Irra!!!
Bom dia
Passa o tempo e, com ele, as nossas vidas;
Tal como passa o bem, passa a desgraça.
Passam todas as coisas conhecidas...
Só o nome de Deus é que não passa.
Liturgia das Horas
Imagem: "Composition", de Yakovlev Alexander
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
Afinal, em que ficamos?
Este senhor escreveu uns livros negando o Holocausto. Por causa disso estava proibido de entrar na Alemanha. Recentemente, deslocou-se a Viena de Austria para uma conferência sobre o tema. Foi preso. Vai ser julgado. Pode apanhar entre 10 e 20 anos de prisäo.
Porquê?
Porque nestes dois países é crime negar o Holocausto.
Este senhor näo me inspira nenhuma simpatia. Pelo contrário. Tresanda a extrema-direita. Pim! Pim!
Mas verdade seja dita: se achamos que uns patetas dinamarqueses têm direito a publicar caricaturas de Maomé, entäo também teremos de reconhecer o direito deste sujeito de escrever as baboseiras que quiser. Ou näo?
A liberdade de expressäo inclui ter de engolir alguns sapos. Ah, pois tem!
Sobre excessos...
Eu näo vi. Mas acredito que tenha sido assim. E concordo com Pacheco Pereira. Mas o meu acordo com ele näo se refere a ESTA situaçäo. Reflecte apenas um lamento já antigo sobre a tendência para a histeria, enraizada nos genes das nossas televisöes ( e em muitas outras, diga-se...).
O que se passou agora com a Irmä Lúcia, já se passou com muitos outros acontecimentos. Basta lembrar a morte de Amália, a tragédia de Entre-os-Rios, a morte do Fehér, etc..., etc..., etc...
O problema näo é, portanto, que haja nas televisöes portuguesas uma excessiva cobertura de "cerimónias religiosas". O que há nas televisöes portuguesas é uma excessiva mediocridade.
Desculpem a reincidência...
Bento XVI pronunciou-se esta manhä, pela primeira vez, sobre a questäo dos cartoons que têm andado por aí a servir para tudo e mais alguma coisa. Embora se possa dizer que a intervençäo papal peca por tardia, temos de ter em atençäo que no Vaticano näo há tempo. Limitemo-nos, portanto, a saudar o conteúdo:
Näo é nada que muitos outros näo tenham dito já. Mas é importante que o Papa o diga. Mais referências a este assunto aqui e aqui.
Graçola para consumo interno: E se Freitas do Amaral pedisse a alguém do Vaticano que lhe redigisse os comunicados? Talvez deixasse de ser mais papista que o Papa...
Bom dia
Porque Ele está connosco,
Enquanto o tempo é tempo,
Ninguém espere, para O encontrar,
O fim dos dias...
Abrindo os olhos,
Busquemos o seu rosto e a sua imagem.
Busquemo-l'O na vida, sempre oculto,
No íntimo do mundo, como um fogo.
Hino da Liturgia das Horas
sábado, fevereiro 18, 2006
Bom fim de semana
"Amo e odeio. Como? Perguntais por certo.
Não sei, mas sei que sinto e sei que sofro assim".
Gaio Valério Catulo, Roma, 84-54 AC
sexta-feira, fevereiro 17, 2006
Tendências
[...]. La grande tentation [...] de notre époque, et sans doute davantage encore des temps futurs, n'est pas l'athéisme. Il est aussi difficile et exigeant d'être un véritable athée qu'un croyant de foi en Dieu; peut-être même est-ce si difficile et si exigeant que cela en devient impossible par l'irrémédiable contradiction entre le vivant qu'il faut être, vaille que vaille, coûte que coûte, et le "vécu" qu'alors inéluctablement on est conduit logiquement à se laisser devenir puisqu'on ne croit plus en l'homme qu'on est. Non, la grande tentation est le panthéisme[...]."
Marcel Légault
Ateísmo, misticismo, panteísmo... por onde anda a relaçäo entre Deus e o homem deste princípio de século?
Lá chegaremos
"Far-nos-emos divinos por Ele, já que Ele se fez humano por nós".
Da fé na humanizaçäo do Verbo, tiramos a esperança na nossa divinizaçäo.
Da fé na humanizaçäo do Verbo, tiramos a esperança na nossa divinizaçäo.
Bom dia
"Alegria! A vida enfim
penetra na eternidade.
Pelo fogo que arde em nós
se mudou a humanidade".
George Friedrich von Hardenberg, Alemanha, 1772-1801
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
Que me aconselham?
O meu banco cobra-me, todos os meses, uma brutal comissäo pela manutençäo de uma conta com poucas centenas de euros.
Processo-o, ou lanço-lhe uma OPA?
Bom dia
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
Referendo
Anda por aí um movimento, de honrada gente católica, a propôr um referendo sobre a Procriaçäo Medicamente Assistida. Já circulam, até, três perguntas passíveis de serem usadas na consulta popular.
O referendo é um precioso instrumento que a democracia deve usar sempre com parcimónia e bom senso.
Estou certo que a preocupaçäo destas pessoas é séria e honesta. Mas näo concordo com o referendo. E näo concordo por uma razäo pouco democrática mas facilmente compreensível: A PMA é uma matéria altamente complexa, para cuja compreensäo se requerem conhecimentos científicos mínimos. Näo se pode estar contra ou a favor só porque sim. Uma campanha para um referendo deste tipo näo só näo contribuiria em quase nada para esclarecer as pessoas, como há uma grande probabilidade de vir a servir, apenas e só, para extremar posiçöes, numa visäo a preto e branco do tema e sem nenhuma compreensäo dos reais e complexos processos implicados. Seria como fazer um referendo sobre questöes de física quântica. Podem ser muito importantes mas, precisamente por isso, näo podem ser tratados com superficialidade ou ignorância.
A consulta directa é muito bonita. Mas também é uma arena fácil para a demagogia vinda de um lado e de outro. E esta é uma questäo que näo deve, em meu entender, ficar à mercê de demagogos. E, embora me possam chamar ingénuo, considero que mal estará a nossa democracia se näo tem no seu seio uma forma séria de estudar e decidir sobre o assunto, com as aportaçöes independentes de especialistas desta área científica, de ética, psicólogos, etc...
Que se pensa pela blogosfera?
............. :)
Hoje...
... na Terra da Alegria:
1. Ruy Ventura: O significante e o significado
2. Timshel: A Caridade
3. José: Looney toons, holy cows
4. Vítor Mácula: O mundo
5. Carlos Cunha: O cristão na cidade do eurominas
6. Este vosso criado: O desafio do fragmento
Ir até lá é um exercício de liberdade. Näo ir... é pecado!
1. Ruy Ventura: O significante e o significado
2. Timshel: A Caridade
3. José: Looney toons, holy cows
4. Vítor Mácula: O mundo
5. Carlos Cunha: O cristão na cidade do eurominas
6. Este vosso criado: O desafio do fragmento
Ir até lá é um exercício de liberdade. Näo ir... é pecado!
Bom dia
terça-feira, fevereiro 14, 2006
Provocaçäo
Ainda a propósito do centenário do nascimento do Agostinho da Silva, näo resisto a deixar aqui um par de frases das suas "Aproximaçöes":
* * *
"Haveria uma forma segura de não ser herege, e seria esta a de não pensar, forma de resto muito mais frequente de emprego do que geralmente se julga: quem não deseja correr nenhum perigo deste género como que se demite de gente e fica esperando, para a ter, que uma opinião tenha sido garantida por todas as autoridades existentes..."
"Mas não há vida sem perigo: e a verdade é que os que não ousam pensar pela própria cabeça, caem em grande parte das vezes vítimas da moda e garantem, contra ou a favor, aquele pensamento que daí a um instante nem mesmo será lembrado;..."
"Pode-se e deve-se correr o risco da heresia; nenhum impedimento deve ser posto ao livre curso do pensamento nem à sua expressão, para que se evite, acima de tudo, a ditadura (...). Vá o pensador onde o levam a sua paixão e a sua inteligência. Mas o que não deve esquecer é que, na medida em que faz parte da Igreja, e não há ninguém que, quer o queira quer não, não faça parte de uma Igreja de que é cabeça o Pai de todos os homens, o primeiro dever seu é o de não quebrar a sua fraternidade com a massa..."
"Mas não há vida sem perigo: e a verdade é que os que não ousam pensar pela própria cabeça, caem em grande parte das vezes vítimas da moda e garantem, contra ou a favor, aquele pensamento que daí a um instante nem mesmo será lembrado;..."
"Pode-se e deve-se correr o risco da heresia; nenhum impedimento deve ser posto ao livre curso do pensamento nem à sua expressão, para que se evite, acima de tudo, a ditadura (...). Vá o pensador onde o levam a sua paixão e a sua inteligência. Mas o que não deve esquecer é que, na medida em que faz parte da Igreja, e não há ninguém que, quer o queira quer não, não faça parte de uma Igreja de que é cabeça o Pai de todos os homens, o primeiro dever seu é o de não quebrar a sua fraternidade com a massa..."
* * *
Que me (lhe) dizem?
Bom dia
"Tratem outros do governo
do mundo e mais monarquias
que hão-de governar meus dias
só manteiga e pão bem fresco,
e pelas manhãs de inverno
laranjada e aguardente,
e ria-se a gente".
Góngora, Espanha, 1561-1627
do mundo e mais monarquias
que hão-de governar meus dias
só manteiga e pão bem fresco,
e pelas manhãs de inverno
laranjada e aguardente,
e ria-se a gente".
Góngora, Espanha, 1561-1627
Às vezes, é o que apetece...
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
Homenagem
"Parece que toda a gente está de acordo em que o mundo inteiro se encontra em crise. Como isto me parece demasiado vasto para eu poder ser útil, decidi que sou eu quem está em crise e talvez consiga sair dela com três princípios: O de me ver livre do supérfluo, o de não confundir o verbo amar com o verbo ter, o de prestar voto de obediência ao que for servir, não mandar".
* * *
Agostinho da Silva nasceu há cem anos. Lembram-se dele?
Como quem näo quer a coisa...
De vez em quando, alguém faz questäo de nos lembrar que, na Igreja Católica, também temos a nossa dose de talibäs...
Fiquem sabendo que...
"A mim o que me mata (...)
são versos sem graça ou ritmo
e ceias só com chatos".
Arquílogo, Grécia, 700 AC
são versos sem graça ou ritmo
e ceias só com chatos".
Arquílogo, Grécia, 700 AC
Bom dia!
domingo, fevereiro 12, 2006
Boa tarde
"Contente no presente, alma não cuide
do que virá, e as amarguras com
Sorriso aceite calmo. Nada é todo
Em perfeição, feliz".
Quinto Horácio Flaco, Roma, 65 AC
Foto: Mark Irving
sábado, fevereiro 11, 2006
Outra corrente?!
Estou “acorrentado” outra vez... Mas näo podia dizer que näo ao colega do Confessionário que, ultimamente, vá lá saber-se porquê, está um bocadinho vingativo! Aqui ficam entäo as minhas quatro coisas de várias coisas...
***
1. Quatro empregos que já tive na vida:
Empregos, empregos... näo encontro quatro! Como diz o meu colega do confessionário e muito bem, ser padre näo é um emprego. Mas pronto, aquí conta. Além disso sou jornalista. Para completar a lista, refiro trabalhos de férias grandes: já fui bancário (que é como quem diz: preenchia papéis, carimbava cheques e tratava do correio...) e, imagine-se, fui podador de pessegueiros. Sim, sim... de pessegueiros! Um veräo inteiro da minha juventude.
2. Quatro filmes que vejo vezes sem conta:
Näo vejo filmes “vezes sem conta”. Refiro quatro que gostei, por razöes muito diferentes, mas que nem sequer säo os filmes da minha vida. 1)”Os amantes do círculo polar”; 2)”As pontes de Madison County”, com uns insuperáveis Meryl Streep e Clint Eastwood; 3)”A lista de Schindler”, por muitas razöes óbvias e, finalmente, 4) “O fiel jardineiro”.
3. Quatro sítios onde vivi:
Entäo... já vivi 1) lá; 2) ali; 3) acolá e 4) aqui!
Entäo... já vivi 1) lá; 2) ali; 3) acolá e 4) aqui!
4. Quatro séries de TV que não perco:
Näo há séries de televisäo com esta característica! Mas refiro algumas que vejo, ou via, com frequência: 1) “Sete Palmos de Terra”, “CSI”, “Seinfield” e “Hospital Central”.
5. Quatro sítios onde estive de férias:
Uma fácil: Tunísia, Israel, Cuba e Grécia.
6. Quatro dos meus pratos favoritos:
6. Quatro dos meus pratos favoritos:
Näo refiro os melhores, mas os que mais vezes me satisfazem: 1) Lombo de porco com molho de ameixa e arroz de passas; 2) Secretos de porco preto; 3) Peixe grelhado (muitos... de preferência em posta); 4) Migas de espargos com carne de porco.
7. Quatro Websites que visito diariamente:
Diariamente... só mesmo blogues. Quase diariamente, visito alguns dos jornais e agências de notícias que podem encontrar ali à esquerda.
8. Quatro sitios onde gostava de estar agora:
1) Na Lua, onde dou comigo frequentemente; 2) no País das Maravilhas; 3) do outro lado do Sol; 4) na Patagónia, porque gosto do nome e da paisagem.
9. Quatro blogs que desafio:
Näo me atrevo. Deixo o desafio a todos os que me visitarem...
Boa tarde
"O mundo imenso: grão de pó no espaço.
Toda a ciência humana só palavras.
As flores e os animais e os povos: sombras.
E os teus profundos pensamentos: nada".
Omar Khayyam, Pérsia, séc. XII
sexta-feira, fevereiro 10, 2006
Leitura obrigatória
"Que no Ocidente somos mais civilizados que os outros dou de barato. Isto só incomoda quem tenha remetido para o conceito de civilização algum tipo de poder salvífico. Acontece que Jesus é que salva, não a civilização. Este é o problema de grande parte da esquerda: saiu do Egipto mas o Egipto não saiu deles. Recusam a religião mas comportam-se religiosamente com sucedâneos (a civilização, a cultura, o progresso, a poesia, o ecumenismo e as ruas do Chiado)".
Oraçäo para internautas
"Estar presente é chegar igual a si próprio e abrir-se ao outro.
Neste instante em que chego aqui, Deus está presente à minha espera.
Deus chega sempre antes de mim, e com maior desejo de estar comigo do que o meu amigo mais íntimo.
Páro um momento para saudar este Deus que me ama e que está sempre à minha espera".
Assim começa a oraçäo proposta para hoje no Lugar Sagrado. É um serviço de oraçäo diário on-line, proposto pelos Jesuítas e pensado para internautas. Porque näo experimentas?
(pausa)
Já experimentaste? E que achaste?
Para quem tiver paciência...
...de continuar a ler sobre o tema dos cartoons e derivados, recomendo este artigo de Juan Goytisolo, no El País de hoje: "Entre manipulaciones y fetuas".
Estou de férias...
...até segunda-feira.
Fiz hoje o último exame.
Mas o segundo semestre começa já na próxima semana. A vida é muito injusta!
Fiz hoje o último exame.
Mas o segundo semestre começa já na próxima semana. A vida é muito injusta!
Bom dia!
(sobre as vacas sagradas)
"Não é uma besta de carga,
Não sabe a terra lavrar,
Esta do templo uma vaca.
Mas temos de confessar
Que é boa frita ou assada".
India Clássica, Séc. IV
(Ou sobre outras formas de caricaturizar...)
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
Olha este!...
«Portugal lamenta e discorda da publicação de desenhos e/ou caricaturas que ofendem as crenças ou a sensibilidade religiosa dos povos muçulmanos.
A liberdade de expressão, como aliás todas as liberdades, tem como principal limite o dever de respeitar as liberdades e direitos dos outros. Entre essas outras liberdades e direitos a respeitar está, manifestamente, a liberdade religiosa – que compreende o direito de ter ou não ter religião e, tendo religião, o direito de ver respeitados os símbolos fundamentais da religião que se professa.
Para os católicos esses símbolos são as figuras de Cristo e da sua Mãe, a Virgem Maria.
Para os muçulmanos um dos principais símbolos é a figura do Profeta Maomé.
Todos os que professam essas religiões têm direito a que tais símbolos e figuras sejam respeitados.
A liberdade sem limites não é liberdade, mas licenciosidade.
O que se passou recentemente nesta matéria em alguns países europeus é lamentável porque incita a uma inaceitável “guerra de religiões” – ainda por cima sabendo-se que as três religiões monoteístas (cristã, muçulmana e hebraica) descendem todas do mesmo profeta, Abraão.
Diogo Freitas do Amaral
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros»
E eu a pensar que este senhor era uma pessoa inteligente!
Armado agora em teólogo das Necessidades, curva-se reverente aos berros que lhe chegam do Médio Oriente. Os maus, hereges, blasfemos e, pasme-se, "licenciosos", säo os europeus em geral e os dinamarqueses em particular! Pois...
Sobre o fanatismo cego e desproporcionado das nobres gentes que queimam bandeiras, matam pessoas, atacam embaixadas... nada!
Fica, para antologias futuras, esta curiosa definiçäo de símbolos e figuras näo satirizáveis: Cristo, a Virgem Maria e Maomé. Quanto ao resto, pronto... sempre se pode fazer uma piadita!
Mas quem é que lhe encomendou o sermäo?!
Bom dia!
"Num vácuo de alma
Sento-me e canto
E penso em ti
Profundamente.
Não nos veremos.
O gozo é morto.
É indizível
A dor que está
No coração
Do homem".
Sento-me e canto
E penso em ti
Profundamente.
Não nos veremos.
O gozo é morto.
É indizível
A dor que está
No coração
Do homem".
Li PO, China, 700-762
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
Hoje...
Sobre a Lei
Do Evangelho de hoje:
"Naquele tempo, Jesus chamou de novo para junto de Si a multidão e disse-lhes: «Escutai-Me e procurai compreender. Não há nada fora do homem que ao entrar nele o possa tornar impuro. O que sai do homem é que o torna impuro. Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça». Quando Jesus, ao deixar a multidão, entrou em casa, os discípulos perguntaram-Lhe o sentido da parábola. Ele respondeu-lhes: «Vós também não entendestes? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não pode torná-lo impuro, porque não entra no coração, mas no ventre, e depois vai parar à fossa?». Assim, Jesus declarava puros todos os alimentos. E continuou: «O que sai do homem é que o torna impuro; porque do interior dos homens é que saem as más intenções: imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições, injustiças, fraudes, devassidão, inveja, difamação, orgulho, insensatez. Todos estes vícios saem do interior do homem e são eles que o tornam impuro».
(Mc 7, 14-23)
Superficial e frívola é a moral que se centra e se compraz no cumprimento da lei.
Desvarios III
"A utopia simplista de democratização do Médio Oriente, perseguida com obstinada cegueira ideológica pelos missionários neoconservadores, teve um previsível e arrasador efeito de boomerang, como agora se verificou na Palestina. A democracia não é um valor abstracto e que se possa impor de fora a sociedades não seculares, tribais e confessionais. Como escreve Jean Daniel, a "ideia de que a repetição das consultas eleitorais pode garantir o bom uso da liberdade não é de nenhuma utilidade quando um presidente não é eleito senão para interpretar os mandamentos de Deus". E assim se passa das caricaturas de Maomé à caricatura da democracia."
Vicente Jorge Silva, no DN de hoje.
Bom dia!
"Se no cuidar ganhamos, em cuidar pensemos.
Mas se Deus por ti cuida, para quê cuidar?
Que penses ou não penses, disso Deus cuidou.
E porque Deus cuidou foi que em cuidar pensaste".
Mas se Deus por ti cuida, para quê cuidar?
Que penses ou não penses, disso Deus cuidou.
E porque Deus cuidou foi que em cuidar pensaste".
Paladas, Bizâncio, 360-430
terça-feira, fevereiro 07, 2006
Pergunta meramente académica:
Que se passará, neste momento, na cabeça e no coraçäo dos autores dos cartoons malditos?
Amor e medo
Dizem os tratados que, para se falar de emoçäo, tem de se verificar a existência de uma resposta condutual específica, um padräo de reacções fisiológicas e uma interpretaçäo cognitiva.
Das notas infrapaginais da "petite psychologie" ficou-me este dado curioso: as manifestaçöes fisiológicas do medo são similares às do amor, o que pode provocar equívocos na interpretaçäo cognitiva.
Fizeram-se experiências (Oh valha-me Deus!) com pessoas submetidas juntas a situaçöes de medo. Resultado: muitas delas experimentaram a sensação de enamoramento.
Não surpreende: quem já se apaixonou, sabe que é um bocado assustador...
Das notas infrapaginais da "petite psychologie" ficou-me este dado curioso: as manifestaçöes fisiológicas do medo são similares às do amor, o que pode provocar equívocos na interpretaçäo cognitiva.
Fizeram-se experiências (Oh valha-me Deus!) com pessoas submetidas juntas a situaçöes de medo. Resultado: muitas delas experimentaram a sensação de enamoramento.
Não surpreende: quem já se apaixonou, sabe que é um bocado assustador...
Boa tarde!
"Num grão de areia o mundo inteiro ver
e numa flor do campo o firmamento
todo o infinito em tua mão conter
e ter a eternidade num momento".
e numa flor do campo o firmamento
todo o infinito em tua mão conter
e ter a eternidade num momento".
William Blake
domingo, fevereiro 05, 2006
Desvarios II
Lucidez espectral. Vivamente aconselhada.
Corrente maníaca!
Podiam pedir-me para elencar os livros que mais gostei de ler; podiam pedir-me que listasse os filmes que mais me encheram a alma; podiam querer saber as cores de que mais gosto, o que me faz chorar ou o que me faz rebentar em gargalhadas; podiam desejar conhecer as músicas que me fazem dançar ou, até, os deleites das minhas horas de ócio...
Mas não! A teia cibernética em que me vejo apanhado é de outra natureza. O desafio matreiro que me é lançado pelo /me é que exponha à blogosfera as minhas manias! Ora isto tem muito que se lhe diga. É preciso vencer, até, um certo pudor! As manias, se bem entendo a presente acepção, fazem parte daquela parte da nossa existência que, das duas uma: ou nem sequer são conscientes ou, se o são, tratamos de manter a salvo da exposição pública. Mas como poderia eu dizer que não ao pedido de tão estimável internauta?
Quisera eu, neste momento, ser um daqueles excêntricos cujas manias deliciam e divertem (ou exasperam e encolerizam...) os que estão à sua volta. Poderia até reclamar por apenas cinco me serem permitidas. Infelizmente (do ponto de vista da diversão dos leitores...), as minhas manias são de um tédio deprimente. Aqui vai o top five:
1. Sou incapaz de me deitar sem ter um copo de água na mesinha de cabeceira. Normalmente não lhe toco.
2. Com muita frequência, ao estudar, falo em voz alta e gesticulo, para facilitar a memorizaçäo.
3. Dobro sempre as folhas dos livros para marcar a página onde deixo a leitura. Nunca uso marcadores e detesto ler livros sublinhados por outros.
4. Deixo sempre um resto de comida no prato, esteja sozinho ou acompanhado, em casa ou no restaurante.
5. Nunca respondo, nem correspondo, a correntes deste género. Parece-me que é a primeira vez. Perdi a mania...
E pronto. Agora só falta vingar-me! Embora me arrisque a que os desafiados nem sequer aqui venham tomar conhecimento do desafio, aqui deixo a interpelação ao Vitor, ao Zé, ao colega do Confessionário, ao Fernando e ao Pensar Cristo. Não me zangarei se não aceitarem o repto; mas ficaria amargurado até ao fim dos meus dias... :)
Mas não! A teia cibernética em que me vejo apanhado é de outra natureza. O desafio matreiro que me é lançado pelo /me é que exponha à blogosfera as minhas manias! Ora isto tem muito que se lhe diga. É preciso vencer, até, um certo pudor! As manias, se bem entendo a presente acepção, fazem parte daquela parte da nossa existência que, das duas uma: ou nem sequer são conscientes ou, se o são, tratamos de manter a salvo da exposição pública. Mas como poderia eu dizer que não ao pedido de tão estimável internauta?
Quisera eu, neste momento, ser um daqueles excêntricos cujas manias deliciam e divertem (ou exasperam e encolerizam...) os que estão à sua volta. Poderia até reclamar por apenas cinco me serem permitidas. Infelizmente (do ponto de vista da diversão dos leitores...), as minhas manias são de um tédio deprimente. Aqui vai o top five:
1. Sou incapaz de me deitar sem ter um copo de água na mesinha de cabeceira. Normalmente não lhe toco.
2. Com muita frequência, ao estudar, falo em voz alta e gesticulo, para facilitar a memorizaçäo.
3. Dobro sempre as folhas dos livros para marcar a página onde deixo a leitura. Nunca uso marcadores e detesto ler livros sublinhados por outros.
4. Deixo sempre um resto de comida no prato, esteja sozinho ou acompanhado, em casa ou no restaurante.
5. Nunca respondo, nem correspondo, a correntes deste género. Parece-me que é a primeira vez. Perdi a mania...
E pronto. Agora só falta vingar-me! Embora me arrisque a que os desafiados nem sequer aqui venham tomar conhecimento do desafio, aqui deixo a interpelação ao Vitor, ao Zé, ao colega do Confessionário, ao Fernando e ao Pensar Cristo. Não me zangarei se não aceitarem o repto; mas ficaria amargurado até ao fim dos meus dias... :)
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
Desvarios
A Europa encolhe-se, resignada à culpa e à má consciência, perante a fúria islâmica, despoletada por meia dúzia de cartoons publicados por um jornal da Dinamarca e difundidos depois em vários países.
Embaixadas fechadas, diplomatas expulsos, bandeiras queimadas na rua.
A comissäo Europeia fechou a sua delegaçäo em Gaza, debaixo de ameaças palestinas.
As Conferências Episcopais dos países nórdicos e de França escrevem comunicados de censura aos jornalistas e de solidariedade com os muçulmanos.
Acho tudo isto muito exagerado.
Estes muçulmanos, que arrancam a barba contra os blasfemos cartoons, säo os mesmos que lançaram uma fatwa (condenaçäo à morte) sobre escritores como Taslima Nasrin e Salman Rushdie ou que assassinaram o cineasta Theo Van Gogh por mostrar num filme a submissäo da mulher no mundo islâmico. E säo os mesmos que metem dinamite à cintura e fazem explodir homens, mulheres e crianças por esse mundo fora. Näo percamos isto de vista.
Quer isto dizer que concordo com os cartoons e outros insultos sistemáticos contra a populaçäo e a cultura islâmicas? Claro que näo. Porque é de um mau gosto atroz este "pós-moderno-neo-voltaireanismo-pindérico", feito de anti-clericalismo primário, de insulto rasteiro, de ridicularizaçäo fácil.
Mas atençäo!
Há uma diferença fundamental: uma coisa é ser tonto e malcriado; outra, muito diferente, é ser assassino.
Urgências e prioridades
Quando näo quer discutir um tema, ou é contra mas a cobardia gerada pelo politicamente correcto näo aconselha assumi-lo, o político típico faz cara séria e diz: "Näo é um assunto urgente. Temos outras prioridades".
Ele sabe que é mentira.
Nós sabemos que é mentira.
Näo só é mentira, como é pura demagogia canalha.
Se os políticos tivessem de facto "urgências" e "prioridades", o país näo estava como está.
E a urgência de uns temas nunca foi impedimento que outros se tratassem simultaneamente.
A única prioridade que os preocupa säo os efeitos que certas posiçöes, sobre certos temas, podem ter sobre a sua carreirazinha. Essa sim, é a sua urgência. De sempre.
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
A propósito...
Sobre temas ligados à sexualidade e derivados, que têm ocupado muitos navegadores da teosfera nos últimos dias, deixo, como sugestäo de leitura, a entrevista do teólogo moral Benjamín Forcano. É longa, mas vale a pena.
"Es evidente que han existido progresos en la investigación, incluso, en el campo de la ciencia moral; pero en la normativa oficial establecida, la institución ha mantenido inamovibles sus posturas. Todo esto ha creado una especie de desamor, de alejamiento de muchos fieles de la iglesia, pues la normativa oficial va por un lado y la vida, por otro; es decir, se produce una disociación entre lo que se manda y lo que se hace".
quarta-feira, fevereiro 01, 2006
Atençäo, atençäo!!!
A Terra da Alegria tem hoje muito para ler. Se fosse a si dava uma vista de olhos...
E embora possa soar a vaidade, näo posso deixar de referir a minha estreia. Cheguei à terra prometida! :)